Alvair Silveira Torres, um homem simples, um grande homem

ALVAIR SILVEIRA TORRES

*29/01/1924†01/08/1998

Alvair Silveira Torres nasceu em Condeúba em 29 de janeiro de 1924, filho de José da Silveira Torres e Ana Amélia da Silva. Avós paternos João José da Silveira e Raquel Augusta Torres. Avós maternos Jovino Arsênio da Silva e Adélia Carolina da Silva Torres.

Alvair foi o penúltimo filho do casal tendo os irmãos por ordem de nascimento: Maria de Assis Torres, Alayde da Silveira Torres, Deusdedith da Silveira Torres, Waldemar Silva Torres, Oflávio da Silveira Torres (Flavinho), Dalva Olívia da Silveira Torres, Enelzita Silveira Torres e Djalma Silveira Torres. Em outro relacionamento do seu pai, após a viuvez, teve mais dois irmãos: João (Nenzinho) e Raquel Torres.

Alvair frequentou a escola até o quarto ano do então primário, hoje ensino fundamental. Passou sua infância e adolescência em Condeúba trabalhando desde muito jovem ajudando seu pai nas atividades rurais.

Na década de 1940 veio para Brumado onde iniciou atividades comerciais trabalhando com o irmão Oflávio Silveira Torres. Participou com o irmão da instalação da primeira sorveteria da cidade, a sorveteria IRIS, de grande sucesso com população local que elogiava o sorvete de ameixa cuja receita era um segredo de Alvair.

Separou-se dos negócios com Oflávio e foi trabalhar em 01 de outubro de 1944 com outro irmão, Waldemar da Silva Torres, na Consignatária Conquistense Ltda., instalada na Rua Exupério Pinheiro Canguçu, 34 - empresa de consignações, representações e vendas.

Católico também professava o espiritismo como parte de sua formação religiosa. Participou da fundação do Centro Espírita Fraternidade em Brumado em 31 de janeiro de 1954. Extremamente humanista e com grande sentido de justiça envolve-se na política local ao lado do irmão Waldemar Torres. Em função da adversidade política enfrentada com setores locais e dificuldades para exercer livremente suas atividades, deixa a empresa em 31 de julho de 1954 e segue para São Paulo.

Depois de exercer atividades de pequeno comércio, por conta própria, se emprega como funcionário na Moto Agrícola, empresa que comercializava os tratores da marca FIAT situada próximo ao Km 12 da Rodovia Anchieta. Estabiliza-se e manda buscar sua noiva Isa de Barros Cruz, nascida em 14/09/1930, natural de Garanhuns-PE, filha de João de Barros Cruz e Maria Quitéria de Barros Cruz, com quem estabelece matrimônio em 23 de maio de 1956 no subdistrito da Barra Funda da capital paulista. Após o casamento passou a assinar Isa de Barros Torres com quem teve dois filhos: Evandro de Barros Torres, nascido em 01 de novembro de 1957 e Alvair Silveira Torres Junior, em 27 de março de 1963. Isa faleceu em 18 de março de 2009 em São Paulo/Capital e está enterrada no Cemitério de Santana na mesma sepultura em que estão seu marido Alvair e os padrinhos de casamento do casal, Ivanilde (irmã de Isa) e Evódio Cavalcanti.

Simpatizante e atuante na política, Alvair filia-se ao PSP – Partido Social Progressista participando das campanhas do político e governador de São Paulo Ademar Pereira de Barros. Ingressa no serviço público em 21 de agosto de 1963 na então Hospedaria dos Migrantes na Rua Visconde de Parnaíba no bairro da Mooca que recebia as levas de populações do Brasil e do exterior que chegavam a São Paulo para trabalhar naquele período marcado por um grande crescimento da cidade. Depois, a repartição pública se transformou no Departamento de Amparo e Integração Social dando amparo não só aos migrantes, mas a toda população carente que necessitava de algum encaminhamento para ajuda social e emprego, especialmente, nas fazendas de café no interior. Hoje aquele departamento é um Museu que conta a história de Migrantes e Imigrantes que chegaram à São Paulo e por lá passaram.

Com uma grande capacidade para o trabalho Alvair acumulava os afazeres do serviço público com atividades de zeladoria prestadas a uma Imobiliária contando com a ajuda de sua esposa. Ambos zelavam pela manutenção e ordem de um edifício de oito andares na região central de São Paulo, onde moravam, na Av. Casper Libero, 343, juntamente com mais 20 famílias. Lá criou seus filhos e seguiu trabalhando de domingo a domingo para conquistar o sonho da casa própria na cidade grande.

Muito religioso continuou a professar o espiritismo e frequentou com muito afinco a Paróquia de Santa Edwiges no Largo do Paissandú. Devoto de São Judas Tadeu e Nossa Senhora Aparecida, não deixava de peregrinar por outras igrejas da capital paulista e render suas homenagens e profissão de fé aos santos. Visitava regularmente seu irmão Waldemar que morava na mesma região na Praça Júlio de Mesquita, centro de São Paulo, e, também, recebia visitas de seus parentes e amigos vindos da Bahia, estando sempre pronto a ajudar.

Solidário, acolheu e abrigou por um ano sua irmã Dalva Olívia Silveira Torres até ela seguir para Salvador e morar com a irmã Enelzita Torres.

Muito querido pelos moradores do prédio pelo qual zelava, era prestativo e conhecido por resolver qualquer problema desde a troca de uma torneira com vazamento e até a resistência de um chuveiro.

Em 03/09/1984 consegue realizar seu sonho e adquire o imóvel também na região central, no bairro de Santa Efigênia no Edifício Conceição. Desliga-se do trabalho de zeladoria e dedica-se integralmente ao serviço público até sua aposentadoria em 1994.

Em setembro de 1995 com problema grave de saúde, descobre um câncer de estômago. É operado pelo cirurgião Albino Sorbello no Hospital Santa Catarina, mas em 1998 reaparece o tumor em metástase no fígado. Falece em 01/08/1998 acompanhado do seu filho caçula na beira do leito no Hospital Gastroclínica em São Paulo (atual Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos). Um homem simples, muito trabalhador e com muita fé, por isso tudo, um grande homem.

Alvair Torres e Antônio Novais Torres
Enviado por Alvair Torres em 13/01/2020
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