Biografia de OTACIANO PEREIRA DA COSTA

Otaciano Pereira da Costa, apelidado pelos amigos de “colega”, é membro da família Costa-Martins – uma das pioneiras em Gurupi no começo dos anos 60, que com seus muitos membros ajudou na consolidação dessa importante cidade como uma das maiores e mais importantes do Estado do Tocantins.

Ele nasceu em 04/09/1950 (segunda-feira), filho do casal de produtores rurais Tadeu Pereira Martins e Maria José Costa Pinto. Como era comum naquela época o parto foi em casa com a ajuda de uma experiente parteira que morava nas proximidades. Ele é o quarto de sete irmãos e irmãs: Isabel, Domingas, Aldenora, Otaciano, Deuzina, João e Lourival.

A história da família de Otaciano é bem interessante e mostra a saga de corajosos pioneiros que migraram para desbravar e colonizar essa região.

Os seus pais vieram do município de Pedro Afonso, situado as margens do rio Tocantins, em meados dos anos 40 para a região do vale do Tucum, entre Gurupi e Dueré. Ali eles fundaram a Fazenda Firmeza, criando gado curraleiro-pé-duro e cultivando gêneros alimentícios básicos (arroz, feijão, mandioca, milho etc.).

Eles viram o surgimento da cidade de Gurupi às margens da Rodovia Federal Belém-Brasília (BR 153), que se expandiu rapidamente com a chegada de migrantes de diversas partes do país no começo da década de 1960.

Gurupi foi projetada num ponto estratégico, numa região plana, com boas nascentes, às margens da Belém-Brasília, na confluência de rodovias e estradas que a ligam com várias cidades, posicionada entre os dois grandes rios da região, Araguaia e Tocantins. Tudo isso contribuiu para o seu crescimento e prosperidade.

Em fevereiro de 1963, Maria José e seus filhos vieram para a cidade, onde as crianças começaram a estudar no recém-fundado Educandário Evangélico Gurupiense da Igreja Evangélica Assembleia de Deus.

Além do primo José Neto, as quatro irmãs de Otaciano, Isabel, Domingas, Aldenora e Deuzina, seguiram carreira no magistério. Logo que as filhas mais velhas se encaminharam nos estudos e profissionalmente, dona Maria José retornou para a Fazenda Firmeza, para ajudar seu esposo e para cuidar do filho caçula Lourival.

Otaciano acompanhou a evolução de sua família, que aos poucos foi se estabelecendo e ramificando em Gurupi.

A irmã Domingas foi a primeira a se casar. A cerimônia ocorreu numa sexta-feira pela manhã, 04 de agosto de 1967, no Cartório de Registro Civil de Gurupi, na Rua 01, entre as Avenidas Goiás e Pará, com Ornil Barbosa Gomes (27/12/1940), filho mais velho de Job Barbosa Gomes e Alvina Barbosa. Após a assinatura da papelada, todos foram para um almoço preparado por Dona Maria José e Sr. Tadeu Martins, em sua residência aos fundos da Papelaria Araújo, na Avenida Pará, entre as Ruas 04 e 05.

Em 1968, Otaciano concluiu o curso primário na Escola Rui Barbosa, na Rua 06, esquina com a Avenida Pará. Ele recorda-se daquele período, inclusive da professora de História, Dolores Nunes, que posteriormente se tornaria primeira-dama, ao lado de seu esposo Jacinto Nunes (mandato de 1985 a 1988) – considerado um dos melhores prefeitos de Gurupi.

Otaciano, como filho mais velho, continuou ajudando seus pais gerenciando a Fazenda Firmeza. Supervisionava o trabalho dos empregados, atuando na resolução de problemas, repassando ordens e tarefas. Ajudava no cuidado do gado, no tratamento de doenças e vacinação; nas reformas das cercas e porteiras; no cultivo da mandioca, milho, abóbora, feijão e outros cultivares; também fazia armadilhas para caçar animais silvestres etc.

Em 25 de julho de 1969, seu primo, o professor José Pereira da Luz ("José Neto”) casou-se em Ceres (Goiás) com Geralda Vicente da Silva Pereira, filha de Durval Vicente da Silva e Faustina Vicente e Silva. A cerimônia foi realizada na Igreja Assembleia de Deus com uma bela festa.

Em 20 de janeiro de 1973, a irmã Aldenora Pereira da Costa casou-se com o comerciante Cacildo Pereira da Silva, filho dos produtores rurais do triangulo mineiro Debrair Pereira da Silva e Luzia Neves da Silva. A cerimônia de casamento aconteceu na 1ª Igreja Presbiteriana de Gurupi, com as bênçãos do Pastor José Gonçalves de Siqueira. Em setembro de 2019, Aldenora e Cacildo comemoram de 51 anos da Loja Tropical – uma das mais antigas em Gurupi.

O avô de Otaciano, Sr. José Bento Pereira (“José Bertoldo”) faleceu em 17/08/1973, faltando 10 dias para completar 86 anos. Ele foi enterrado num cemitério nas proximidades da Fazenda Firmeza. Até hoje é lembrado como um homem forte, trabalhador, honesto, alegre e dedicado à família. Com seu falecimento, houve a partilha da Fazenda São José entre os filhos remanescentes. A viúva do sr. “José Bertoldo”, dona Maria Bento Pereira apelidada de “mãe velha” veio para Gurupi, passando a residir na Avenida São Paulo, entre a ruas 2 e 3. A “mãe velha” faleceu em janeiro de 1996, em Gurupi, com 101 anos de idade.

Cada vez mais a família Costa-Martins foi deixando o meio rural e se tornando urbana.

Em outubro de 1973, Otaciano Pereira da Costa conheceu uma bela moça de longos cabelos negros que trabalhava e morava na casa do Pastor José Gonçalves de Siqueira da Igreja Presbiteriana. Suas irmãs, Aldenora e Domingas, eram membros dessa denominação evangélica. Seus pais, Dona Maria José e Sr. Tadeu Martins, congregavam na Assembleia de Deus, mas tinham muitos amigos na Presbiteriana. Foi assim que disponibilizaram a Fazenda Firmeza para uma festa realizada pelos presbiterianos em comemoração ao dia das crianças. Os crentes foram passar o final de semana na Fazenda Firmeza, oportunidade que Otaciano e Maria Natividade se conheceram. Logo começaram a namorar.

Em 01 de fevereiro de 1974, foi a vez da irmã Deuzina da Costa de Oliveira celebrar o casório com bancário Valterino Oliveira Santos, filho dos comerciantes Francisco Leandro de Oliveira e Maria Santos de Oliveira, na Igreja Santo Antônio de Gurupi.

Depois foi a vez de Otaciano seguir o exemplo de suas irmãs.

O namoro ficou sério e ele pediu a mão da jovem em casamento. O cunhado Cacildo Pereira da Silva foi junto na viagem para dar apoio moral na conversa que Otaciano teria com os pais da moça. Tudo correu bem e eles autorizaram o casório.

Assim, Otaciano Pereira da Costa casou-se com Maria Natividade Pereira da Silva, em 31 de julho de 1974. O casamento foi na histórica “Catedral de pedra” em Porto Nacional, devido a família da noiva ser de Silvanópolis, cidade situada cerca de 50 km. Alguns padrinhos e madrinhas do casamento foram: Raimunda do Jordão, Raimundo Cearense e Aldolina, Aldenora e Cacildo etc.

Maria Natividade Pereira da Silva nascida em 01/01/1954, no município de Miracema, filha dos produtores rurais de Silvanópolis José Pereira da Silva e Tereza Pereira da Silva. Era a quinta filha de 09 irmãos: Agostinha, Luiz, Maria, Osvaldo, Maria Natividade, Raimunda, Manoel, Rita e Deuzina. Uma curiosidade, o pai de Maria Natividade, “sr. José Sobrinho”, como é apelidado pelos familiares e amigos, completou recentemente 99 anos de vida.

Otaciano e Maria Natividade foram morar na Fazenda Firmeza. Otaciano construiu uma casa. Ali sua esposa Natividade engravidou. Contudo, devido a necessidade de atendimento médico e de outros serviços, eles se mudaram para Gurupi. A primeira moradia do casal foi na Rua 03, entre as Avenidas Paraná e a Santa Catarina, numa casa alugada.

A primeira filha do casal, Rosangela Silva Costa, nasceu em 12/06/1977, enquanto moravam nesse endereço. O parto foi no hospital do Dr. Furtunato, na Rua 03, entre as Avenidas Goiás e Pará.

Pouco tempo depois, Otaciano comprou um lote de sua irmã Isabel, onde construiu sua casa própria.

Em novembro de 1979, se mudaram para sua casa na Rua 05, entre as Avenidas Amazonas e São Paulo. Não havia muro entre as duas casas, de modo que sua irmã Isabel estava sempre presente, apoiando e auxiliando o casal. Isabel era muito amável, carinhosa e prendada, gostava imensamente de seus sobrinhos e sobrinhas.

O segundo filho nasceu em 12/09/1979 e recebeu o nome em homenagem ao avô paterno, Tadeu Pereira Martins – este também veio a luz com as mãos habilidosas do Dr. Furtunato.

Logo a família continuou crescendo. O terceiro filho, Sérgio Roberto Silva Costa, chegou em 12/09/1981, trazendo mais alegria para a família Costa-Martins. Ele nasceu sob os cuidados do dr. Odilon no Hospital Regional de Gurupi. O recém-nascido chegou prematuro, com 07 meses de gestação. Por isso ficou na UTI por 3 dias até ser liberado para ir para casa.

Em julho de 1985, eles venderam a Fazenda Firmeza, de modo que a família Costa-Martins se tornou totalmente urbana. Dona Maria José e Tadeu Martins ficaram residindo na Avenida Pará, entre as Ruas 05 e 06, numa casa aos fundos da Papelaria Araújo.

Otaciano buscava todos os meios honestos que lhe pudessem gerar renda para ajudar sua família. No raiar do dia, logo que ele deixava seu posto de vigilante na EMBRATEL, Otaciano ia as fazendas mais próximas e comprava leite, que transportava em dois galões presos a garupa da bicicleta. Ele pedalava até o centro da cidade, onde vendia o leite de porta em porta. Era uma rotina pesada de dupla jornada que ele fazia diariamente. Seu filho Tadeu, mesmo bem pequeno, ajudava a lavar os latões de leite. Otaciano pedalava muitos quilômetros com a bicicleta sobrecarregada pelos tambores de leite, de modo que esse esforço descomunal prejudicou sua coluna. Com o agravamento da lesão pelo esforço repetitivo, ele teve que deixar aquela atividade e aposentar-se por motivo de saúde.

Sua esposa, Maria Natividade, era uma mulher bonita, simples, temente a Deus, trabalhadora, de grande bondade. Era muito querida entre familiares e amigos. Era excelente costureira; tinha enorme clientela, que lhe proporcionava renda extra para ajudar nas despesas domésticas.

Sua esposa, Maria Natividade, faleceu em 09 de janeiro de 1997, em razão de complicações ocasionadas pela dengue. Foi um baque enorme em toda família e amigos.

Em 1998, Otaciano fez parte da 1ª reunião para criação da cooperativa de mototaxistas em Gurupi. Ele comprou uma moto e começou a trabalhar no transporte de pessoas.

Em 1999, Otaciano se aposentou do emprego de vigilante noturno da EMBRATEL. Desde então passou a dedicar integralmente ao trabalho como mototaxista.

Em 2000, Otaciano teve seu quarto filho – o pequeno Vitor Soares Costa, filho da Raimundinha Soares. Hoje é um rapaz e está cursando Licenciatura em Letras no Centro Universitário UNIRG.

Otaciano Pereira da Costa é um homem que teme ao Senhor, trabalhador, honrado, que se dedica para cuidar de seus filhos e está perto de completar 70 anos. Chegar a essa idade é um enorme privilégio, uma benção de Deus, não só pela quantidade de anos, pois o melhor de tudo é chegar a tal longevidade e poder olhar para trás e ver que com muito esforço e graça divina construiu uma bela história, de uma vida digna, baseada no trabalho e em princípios e valores cristãos!

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Palmas – TO, Agosto de 2019.

Giovanni Salera Júnior

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