Escritora Sônia Aparecida Feiteiro Portugal - Autobiografia aos 49 anos.

Nasceu no dia 23 de outubro de 1967

Em Barrinha, São Paulo

Filha de José Moacir Feiteiro e

Vanda da Silva Feiteiro

Morou até os cinco anos de idade na casa de seus avós em São Paulo

Mesmo antes de saber ler, aos dois anos de idade seu hobby era ler

Lia gibis. Deitava, cruzava as perninhas grossas e lia horas a fim

Quando criança não comia doces para não sujar as mãos

Todos os dias, às cinco da tarde, apanhava no jardim de sua avó, um flor para dar ao seu padrinho, motorista da usina dos Balbos que trazia os boias frias do corte de cana, inclusive o seu pai. Certo dia, arrancou a flor, mas o caminhão tombou. Seu padrinho morreu. Destruiu o jardim de sua avó e passou anos de sua vida sem gostar de rosas.

Aos seis anos de idade, migrou para a Transamazônica com seu pais.

Nunca reclamou da solidão das matas. Sentia saudade do sorvete e da Coca-Cola mas contentava-se com o canapu caçado no mato pelas crianças transzamazonidas.

Amanhecia, seis da manhã, adentrava a mata ao redor da agrovila, em busca do fruto do jatobá. E, lá encontrava dezenas de amigos, com os braços cheios. Levava mais quem chegasse primeiro.

A noitinha, a luz da lua cheia, extravasava suas energias nas brincadeiras de roda e esconde.

Por ser a filha mais velha, numa família de 5 meninas e um menino, era preciso ajudar o pai na roça. 11 levar o almoço. Nas colheitas, acordava cedo e tinha que acompanhar as passadas largas do pai. Trabalho pesado até as 11 horas.

Depois, arrumar e ir para a escola. Sala multiseriada. Uma professora só, da segunda a quarta série.

Da 5ª série a 7ª, estudou da escola Abrahão Lincoln. Morava dez quilômetros longe da escola. Ia de caminhonete para escola. Poeira no verão. Lama no inverno. Um dia caiu da carroceria da caminhonete. 22 pontos na cabeça. Três dias no hospital. Não reprovou.

Para estudar a 8ª série, foi morar no convento. Quase decidiu ser freira.

Sempre recebeu prêmio de melhor aluna no final das etapas.

No segundo grau, estudava de manhã, Magistério e a noite, Contabilidade. Só porque gostava muito de estudar. A tarde fazia cinco cursos.

Sonhava em ser aeromoça, porém, cresceu e descobriu que aeromoça e garçonete de avião. Mudou de ideia.

Queria ser jornalista. Iniciou a faculdade em Belém. Desistiu. Tinha um filho pequeno para cuidar. Preferiu voltar e cuidar do filho.

Cursou Letras e Artes na UFPA. Um dos grandes sonhos realizados. Cursou Especialização em gestão. Outro sonho.

Tornou-se professora da área de Letras. Língua Portuguesa, Literatura, redação, língua Inglesa. Paixão. Após 20 anos. Problema de voz. Só gestão escolar.

Tem três filhos. Maior razão de viver.

Desde os oito anos faz poesias. Mas só se descobriu poetisa mesmo quando entrou na faculdade que leu a frase de ... “Nenhuma poesia é feia ou bonita. Cada poesia é uma ideia”.

Desde aos quatorze anos resolveu formar sua biblioteca, depois de ler, em inglês, o provérbio: “One house whithou libory is one house whithou South”. Nesta data contava com 11 livros. Hoje, um mil e quatrocentos livros. Sempre compra livros com medo da alma da sua casa ficar pequena.

O que encanta seus olhos é uma estante cheia de livros e um jardim colorido e árvores de Ipê no meio da mata.

Seus principais ídolos: seu pai – Moacir, sua mãe Vanda, Luís Inácio Lula da Silva.

Maior paixão: A palavra.

Comidas preferidas: galinha caipira, macarronada, vatapá que sua irmã Rose faz.

Musicas: It Must have been love / Roxete; Aways / Bom Jovi; Aways Somewere/Scorpions.

Filme: Meia noite em Paris.

Lugares inesquecíveis que visitou: Vila Del Mar e Val Paraiso no Chile, Cachoeira do Km 95 Sul, Transamazônica e Rio São José do Guamá – Vitória do Xingu/ Pará.

Adora o silencio e a solidão.

Exerceu vários cargos na educação: Professora, diretora, coordenadora pedagógica, secretária municipal de educação.

É presidente da Academia Altamirense de Letras.

Recebeu título de Cidadã Altamirense pelos serviços prestados à Educação no município.

Palavras de ordem em sua vida: Frase de sua mãe – “ Faça a sua obrigação e um pouquinho mais do que a sua obrigação”.

Prefere amizade com pessoas humildes e simples.

Maior defeito: Ser vagarosa porque se ocupa o tempo todo com o pensamento poético.

Religião: possui uma religião pessoal – O Amor. Congrega na Igreja Católica. Se pudesse pagaria dízimo em todas as igrejas,

Odeia a ociosidade da juventude, a morosidade da política.

Gosta de ser administradora. Lidar com gente. Aconselhar.

Sempre formou junto de si um grupo de poetizas, na escola, na família, etc...

Maior sonho: ser uma escritora de muitos livros e viver só para escrever.

Nunca encontrou sua cara metade. Ou se encontrou deixou passar sem perceber.

Coleciona miniaturas de potes.

Quando envelhecer pretende rezar muitos terços, ler histórias para seus netos, morar dentro de uma biblioteca.

Pretende morrer aos 92 anos.

Sônia Portugal
Enviado por Sônia Portugal em 21/12/2017
Reeditado em 25/02/2018
Código do texto: T6204289
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