Biografia do Patriarca Italiano UMBERTO SALERA

Biografia de UMBERTO SALERA

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Umberto Salera é um valoroso e carismático imigrante italiano que chegou ao Brasil no começo do Século 20, indo se estabelecer na cidade de Itaúna no Centro Oeste de Minas Gerais, onde formou família e construiu uma bem-sucedida história de amizades e realizações que se perpetuam até os dias de hoje através de seus inúmeros descendentes!!!

Conhecer a história de Umberto Salera nos leva a entender um pouco mais a trajetória dos imigrantes italianos que vieram ao Brasil cheios de sonhos e ousadia, com seus inúmeros conhecimentos, costumes e tradições, ajudando a construir um futuro promissor para nossa nação!!!

Nasceu em 19 de abril de 1892, na cidade de Tramutola, Província de Potenza, na região da Basilicata, no extremo sul da Itália, filho de Antônio Salera e Maria Antônia Viggiani.

A região da Basilicata é cortada pelos Apeninos Lucanos - um conjunto de montanhas e serras de onde brotam inúmeras nascentes, cachoeiras e pequenos cursos d’águas que abastecem dezenas de cidades e vilarejos. Esse relevo acidentado e pedregoso limita a produção em grande escala típica do agronegócio moderno. Nesse ambiente íngreme predominam pomares de oliveiras e parreiras das mais saborosas uvas verdes e rubis, pequenas plantações de trigo, tomate, batata, berinjela, frutas cítricas e ervas aromáticas. Os locais impróprios para cultivo são ocupados por rebanhos de gado, ovelhas e porcos. Essa produção local dá origem a uma culinária peculiar, com pratos deliciosos e quitutes de sabores requintados.

Sua cidade natal, Tramutola, é típica do sul italiano, com poucas casas e comércios distribuídos em ruas e vielas estreitas que preservam a bela arquitetura tradicional. É formada basicamente por grupos familiares extensos e bem antigos, unidos por afinidades de sangue e fortes laços afetivos, que mantém suas tradições e costumes por várias gerações.

Um fenômeno curioso que tomou conta da Itália no Século 19, em especial dessa região da Basilicata, foi a emigração de significativa parcela de sua população em direção ao Continente Americano, que era visto pelos europeus como uma terra virgem, exótica e cheia de oportunidades.

A cidade de Tramutola, num período de 40 anos (1871 a 1911), sofreu drástica redução populacional, pois seus moradores formaram uma grande leva de emigrantes em direção ao Novo Mundo, especialmente para os Estados Unidos, Canadá, Brasil e Argentina. Para ter idéia da dimensão dessa diáspora basta ver os dados dos censos populacionais. Em 1871 a população de Tramutola era de 4.343 habitantes, e no recenseamento do ano de 1911 havia apenas 2662 pessoas residindo na cidade, ou seja, uma redução de quase 40% dos moradores locais.

Umberto Salera passou sua infância vendo muitos amigos, vizinhos e conhecidos de sua família se mudando para outras localidades. Ele se alfabetizou na escola local e na adolescência começou a trabalhar como barbeiro, sua primeira profissão.

Nessa época, um de seus tios mudou-se para o Brasil, o que lhe despertou desejo de seguir o mesmo destino. Assim, com 18 anos de idade começou a se preparar para cruzar o Oceano Atlântico.

Em 4 de dezembro de 1910, Umberto Salera embarcou no navio francês “Formosa” no Porto de Nápoles, com destino ao Brasil, com o passaporte nº 3101. Veio acompanhado de duas primas e uma tia. A viagem naquela época era bem demorada e cansativa. Fizeram várias escalas; a primeira em Gênova, depois em Marselha (na França), em Barcelona (Espanha), e por último na costa africana, em Dacar - capital de Senegal.

Em 29 de dezembro de 1910, após vinte e cinco dias de viagem, o navio Formosa ancorou na Baía de Guanabara, deixando Umberto Salera extasiado defronte da beleza do Rio de Janeiro. Na primeira noite da chegada não dormiu um segundo sequer, tamanho a emoção, quando decidiu não mais voltar à Itália.

Trouxe em sua bagagem roupas, acessórios, alguns documentos pessoais e diversas ferramentas para aqui exercer a profissão de “calzolaio” (sapateiro).

Seguiu em direção a Estação ferroviária Dom Pedro II, embarcando com destino a Minas Gerais, e estabeleceu-se em Honório Bicalho, pequeno lugarejo pertencente ao município de Nova Lima, com pouca infra-estrutura, sem água encanada, esgoto e luz elétrica.

Viveu em Honório Bicalho por três anos, solteiro e sapateiro. Para matar saudades da família, começou a construir os bonecos, esculpidos em madeira, vestidos com pequenas peças de roupas que ele mesmo costurava, com cabelos feitos de pelos de pincel. Tais miniaturas compunham um presépio natalino, segundo velho costume em sua cidade. Em 1913, a população de Honório Bicalho teve o privilégio de ver a primeira versão da arte de Umberto Salera, o presépio estático, como na Itália, pois as figuras não se movimentavam. Numa terra onde quase todo mundo andava descalço, era difícil a sobrevivência de um sapateiro.

Em 1914, movido por seu espírito irrequieto, o jovem Umberto Salera foi tentar a sorte na cidade de Rio Acima, situada a 34 km de Belo Horizonte, onde permaneceu apenas dois meses. Depois, foi para a cidade de Nova Lima, lá ficando mais nove meses.

Em 1915, foi convidado a trabalhar num comércio de couros em Belo Horizonte. Por onde ia, Umberto Salera levava consigo os bonecos e pequenos animais de seu querido presépio.

Em 1916, aconteceu o fato que o trouxe para a jovem Itaúna, que tinha apenas 15 anos de emancipação político-administrativa. O sapateiro Joaquim dos Santos, casado com Dona Alzira (moravam na Rua Antônio de Matos, defronte a família dos Beghini) fazendo compras na loja de couros, perguntou onde encontraria um bom oficial em Belo Horizonte. O dono da casa apresentou-lhe Umberto Salera. Em poucas palavras se entenderam, combinaram o salário de 60 mil réis por mês. Assim, Itaúna ganhou um bom rapaz e bom profissional.

Veio de trem-de-ferro, quando a maria-fumaça descarrilou, o que era comum no Morro Grande, lá ficando retido durante horas. Enquanto esperava, descobriu e conheceu Washington Alves da Cunha (Quitão), curtidor de couros, amizade que cultivou enquanto viveram.

Em 10 de março de 1916, Umberto Salera chegou em Itaúna, com 24 anos de idade, cidade onde viveria todo o restante de sua longa e produtiva vida!!! Foi trabalhar na Rua Silva Jardim, em companhia de outros sapateiros ligados a Joaquim dos Santos.

Falando diferente, boa pinta, simpático, julgava-se um galã. Logo arranjou algumas namoradas. Uma delas, a jovem Maria Beghini, ornamento da sociedade da época.

Certo dia, uma amiga deu-lhe um conselho que mudaria de vez sua vida. Foi aconselhado por Dona Honorina Baldissara, irmã de professor Francisco de Araújo Santigo (Nhô Chico), casada com João Baldissara, patrício que aqui morava e era dono de Olaria Baldissara, a procurar uma moça recém-chegada da Itália. Era Ana Burrini, que morava num sobrado da esquina, no Largo da Igreja Matriz, com seus três irmãos, Alexandrino, Gaetano e Alfredo Burrini.

Numa tarde, passando defronte da casa, Ana Burrini estava à janela e Umberto Salera aproveitou a oportunidade, cumprimentando a bela moça com uma “buona sera” (boa tarde), provocando a troca de olhares. Em seguida, pediu-lhe um copo d’água, nascendo daí uma paixão entre os dois.

Ana Burrini, nascida em 2 de janeiro de 1894, era filha do casal Antônio Burrini e Doralice Martini, residentes em Mosciano Sant’Angelo, da Província de Terano, região nobre da Itália, perto de Giulianova na costa do Mar Adriático. Ela tinha 10 irmãos, e tinha chegado ao Brasil há pouco tempo, para viver com três irmãos: Alexandrino Burrini, Gaetano Burrini e Alfredo Burrini (este último falecido por afogamento, em 1922).

Umberto Salera e Ana Burrini Salera casaram-se, em 29 de junho de 1918, numa bela cerimônia, na casa do italiano Alexandrino Burrini, irmão mais velho de Ana Burrini. O Juiz de Paz Acácio Baeta Coelho e o escrivão Serjobes Augusto de Faria celebraram a cerimônia na presença das testemunhas João Baldissara (o italiano Joaninho, dono de Olaria), a esposa Honorina Baldissara (a que provocou o casamento), e ainda Urquiza Nogueira e Palmira Dornas.

Foram residir e trabalhar por conta própria na Rua 15 de Novembro, esquina com Mardoqueu Gonçalves, numa propriedade alugada de Gabino Caetano Moreira (2º Juiz de Paz daquela época).

De seu casamento nasceram cinco filhos: Antônio Salera (11-04-19), José Salera (23-01-21), Mário Burrini Salera (28-01-23), Hélio Salera (03-07-27) e Heli Salera (30-10-29), que constituíram família e se firmaram na sociedade itaunense, principalmente, na área de comércio, negócios e prestação de serviços especializados.

Alguns anos mais tarde, Umberto Salera e Ana Burrini se estabeleceram numa área ampla, na confluência da Avenida Dr. José Gonçalves com a Linha da Guia (avenida por onde passa a linha do trem, cortando boa parte de Itaúna).

Ali, às margens da linha do trem, ele construiu sua moradia e inúmeras outras pequenas residências que serviam de aluguel. Alguns de seus filhos (Zezé e Mário Salera) e netos (Vilma, Ivani etc.) foram edificando casas nas proximidades. Essa localidade ficou conhecida como “Vila Umberto Salera”, sendo oficializada posteriormente pela Prefeitura Municipal.

Umberto Salera tinha nas paredes de sua casa várias fotos: de seus pais (Antônio Salera e Maria Antônia Viggiani), dos sogros (Antônio Burrini e Doralice Burrini Martini), além de filhos e netos. Possuía uma grande plantação de uvas ao fundo de seu quintal, das quais produzia deliciosos vinhos, de uso cotidiano e para servir aos convidados.

Como um legítimo italiano, ele comprava sacos de farinha de trigo, especialmente selecionada, para preparar seu próprio macarrão, o que fazia rotineiramente na mesa de madeira colocada ao centro da cozinha. Essa prática trouxe de sua terra natal, aprendida desde criança com seus pais. Era encantador ver aquele ritual, com todas etapas feitas em ritmo e habilidades fascinantes. Ele amassava a farinha com as mãos, polvilhando em gestos rápidos, esticando a massa com pesados rolos de madeira, cortando em longas tiras, que depois dependurava em varais posicionados perto do forno e na área adjacente, criando uma decoração típica das tradicionais casas italianas. Fazia esse trabalho enquanto conversava com visitas ou, às vezes, sozinho, cantando entusiasmado. As crianças da família e vizinhança ficavam em volta admirando, querendo pegar na massa, jogar a farinha, cortar as tiras, pois para elas aquilo parecia uma verdadeira brincadeira!!! Essa era outra de suas qualidades, sempre amável e carinhoso com os pequeninos, o que deixou marcas profundas de amor, carinho e saudades de sua pessoa, além de fortalecer o apego das novas gerações às antigas tradições da nobre Itália.

Ao longo do ano, Umberto Salera reunia toda família para comemorar. Eram momentos de grande alegria, com mesa farta, ambiente alegre e barulhento, animado pelas canções italianas e brasileiras, acompanhadas ao som do violão tocado por seu filho Hélio Salera.

A esposa, Ana Burrini Salera, faleceu jovem, aos 46 anos, em 8 de dezembro de 1940, de parada cardíaca, quando fazia uma viagem a São Paulo. Aquela notícia inesperada, da perda repentina de sua esposa, caiu como bomba na vida de Umberto Salera e toda família.

Alguns anos depois, Umberto Salera casou-se novamente com a senhora Josefina Lara Resende (madrinha Zefina), não tendo deixado filhos dessa segunda união.

Os tempos da 2ª Guerra Mundial foram bastante difíceis para os imigrantes italianos. A medida que chegavam notícias de navios brasileiros sendo afundados as hostilidades se tornavam frequentes. Alguns italianos eram hostilizados nas ruas e nos estabelecimentos comerciais. Às vezes, grupos de pessoas revoltadas passavam em frente de suas casas e jogavam pedras nas portas e vitrais das janelas. Umberto Salera foi um dos poucos italianos que não sofreu tais problemas, o que se deve a grande simpatia que todos itaunenses tinham por ele e seus filhos.

Em 1946, Umberto Salera viu-se agraciado com o nascimento de seu primeiro neto, Antônio Santos Salera (Toniquinho), filho de Antônio Salera, casado com Alzira Santos Salera, filha de Lizandro José dos Santos e Lucrécia Vasconcelos dos Santos. Dali em diante, sua descendência foi se multiplicando com a chegada de inúmeros netos.

No começo dos anos 60, ele se aposentou do ofício de sapateiro, abrindo uma lacuna nesse segmento, pois era considerado um dos mais exímios e competentes. Orgulhava-se de ter tido como sua clientela, ao longo de mais de quarenta anos de profissão, praticamente todas as famílias tradicionais e abastadas de Itaúna. Como aposentado passou a dedicar seu tempo na produção de uvas e massas deliciosas. Mesmo aposentado, nunca estava sozinho, pois sua casa vivia cheia com a presença de filhos, netos e inúmeros amigos.

Umberto Salera tinha apenas 1,60 m de altura, mas com espírito de gigante, altivo, conversador, de personalidade marcante. Não se deixava abater por qualquer obstáculo, vivia cheio de disposição, gostava de prosear, com seu sotaque forte. Não passava despercebido no meio da multidão, chegava e contagia o ambiente com alegria e carisma.

Era considerado um cidadão bondoso, de alma caridosa, disposto a ajudar amigos, familiares, conhecidos e até mesmo pessoas distantes. Sempre disponibilizava algumas de suas casas, na Vila Salera ou daquelas que possuía no Moro do Rosário, para pessoas carentes, que alugava por preços módicos. Muitas vezes, até deixava que morassem, por determinado tempo, sem cobrar aluguel, até que reestabelecessem as condições financeiras.

Umberto Salera era reconhecido como um homem de fé. Em sua casa, diariamente se dedicava a leitura da Bíblia, que trouxera consigo desde a Itália, fazendo preces e súplicas constantes por familiares, amigos e autoridades da cidade.

Umberto Salera possuía um acentuado espírito cristão e comunitário. Era freqüentador assíduo da Igreja do Moro do Rosário, onde mantinha amizades com muitos líderes dessa comunidade eclesial. Anualmente, recolhia ofertas entre familiares e amigos para apoiar os festejos e programas sociais da Paróquia.

Também foi idealizador de duas grandes festas no alto do Moro Rosário para angariar fundos para as obras da Igreja. O seu filho caçula, Heli Salera, tinha uma bela residência defronte da Igreja, que foi usada como base dos preparativos para organização dessas festividades. Umberto Salera convidava filhos, netos e amigos para fazer as refeições e quitutes, contando com ajuda de conhecidos para divulgar a programação, além de participar ativamente na organização do espaço e da venda dos produtos. Ao final, fazia questão de prestar contas a comunidade. Ele guardava com esmero todos os papéis que foram apresentados no balanço, aprovados pelo Padre José Ferreira Neto. E se orgulhava do sucesso da festividade, que gerou lucro suficiente para ter saldo excedente que foi depositado na conta da Igreja na Caixa Econômica Federal.

Em 15 de julho de 1979, o sapateiro Umberto Salera faleceu, com seus 87 anos de idade, deixando uma profunda saudade por tudo de bom que representa para sua família e para a sociedade itaunense!!!

Sua maior marca profissional não foram os milhares de sapatos fabricados e consertados, mas o seu Presépio, considerado uma verdadeira obra de arte, que estimulava a imaginação, despertando sonhos e fé no coração dos pequeninos e suas famílias.

Todos os anos, Umberto Salera realizava a montagem de seu lindo Presépio, e que entrou para a história da cidade com o nome de Presépio do Sô Umberto.

Chegando o mês de Dezembro, ele e seus filhos iniciavam os preparativos. Na frente da casa eles colocavam grama, formando um ambiente mais aconchegante e bonito para os visitantes.

Aos poucos a cena sagrada ganhava forma. Eles iam montando as peças, fazendo ajustes, colocando cada boneco e bicho em seu lugar. O menino Jesus deitado na pequena manjedoura, rodeado por Maria, José, os Reis Magos, anjos, pastores e também alguns animais: jumento, vaca, cachorro, cabra ... todos cheios de ternura e graça!!!

Na década de 1920, Umberto Salera procurou um carpinteiro da cidade, José Higino Camargos, que só tinha 15 anos de idade, mas já era reconhecido por suas habilidades. Foi encomendar réplicas de monjolos e moinhos, que ele usaria para criar movimento na cena com o uso de água para mover as engrenagens.

Até aquela época, o Presépio era estático, mas a partir da parceria com o carpinteiro José Higino Camargos, uma nova etapa surgiu tornando ainda mais atrativo aquele feito.

O Presépio passou a ser montado numa bancada de madeira, parecida com essas onde se colocam as frutas e verduras nos supermercados. A parte de cima era formada por uma estrutura inclinada que lembrava os montes da região da Terra Santa, cobertos de grama verde, onde as ovelhas pastavam. No topo havia uma torneira adaptada que despejava a água, criando um pequeno riacho, por onde a água corria, descendo a encosta do monte, num zigue-zague, passando por um monjolo e moinho, daqueles tipos usados nas fazendas mineiras. Por baixo da estrutura, Umberto Salera ligou uma porção de cordões, unindo o eixo do moinho de vento com os diversos personagens do Presépio. Assim, à medida que a água descia, passando pelo monjolo e movendo as pás do moinho, um verdadeiro milagre acontecia trazendo vida aos pequeninos bonecos de madeira, deixando maravilhados a todos que assistiam.

Pode parecer estranho para muita gente, mas se lembrarmos que até os anos 70 não existiam brinquedos elétricos, com luzes, sons e movimentos como é bem comum atualmente, aí fica claro a grande popularidade do Presépio do Sô Umberto.

Especialmente aos sábados e domingos, as famílias levavam seus filhos para a Igreja, onde ouviam sermões sobre o tema do Natal. As crianças escutavam atentamente os padres e pastores descrevendo trechos dos Evangelhos sobre o milagre do nascimento de Jesus, que chegou ao mundo de maneira simples, numa pequena manjedoura, rodeado de animais. Tudo aquilo estimulava ainda mais a curiosidade. Mal acabava a benção sacerdotal e as crianças saíam correndo em direção à casa do italiano Salera, que com muita engenhosidade conseguia dar vida aquela história encantadora.

A CEMIG, vendo tamanha popularidade, ampliou a iluminação pública nas proximidades de sua residência, contribuindo para melhorar a apreciação daqueles que ficavam horas admirando a obra.

Em 1976, Umberto Salera, depois de muitos anos pagando uma altíssima conta d’água para manter o presépio em movimento, procurou o Prefeito Hidelbrando Canabrava Rodrigues, que mandou um bilhete ao SAAE com a ordem para ligar uma saída d’água só para o Presépio. Aos poucos sua empreitada foi conquistando parceiros institucionais.

Nessa época, o Presépio passou a ser montado por seu filho, José Salera (que se tornou o herdeiro desse valioso patrimônio artistico/cultural), contando sempre com ajuda de inúmeros netos, amigos e colaboradores.

Em 1993, o tio Zezé Salera doou-lhe ao Museu de Itaúna, onde integra o acervo desde então. Esse Presépio serviu de inspiração para que a Diretora do Museu, Dona Maria Lucia Mendes, elaborasse o Projeto Presépio Umberto Salera, estimulando as famílias itaunenses no cultivo dessa antiga tradição cristã.

Muitos cidadãos itaunenses lembram-se cheios de saudades daqueles acontecimentos, que ficaram para sempre gravados na memória e no coração.

O Presépio natalino é uma tradição cristã milenar que retrata uma bela história, que começou de maneira simples e singela para alcançar proporções maravilhosas.

Da mesma forma, a biografia de Umberto Salera se assemelha a narrativa que ele tanto amava e se dedicava a promover. Bem jovem deixou sua terra natal, no sul da Itália, viajando através do Oceano Atlântico rumo ao Brasil, para dar início a uma nova história e contribuir com a construção de nossa nação.

100 anos de passaram desde que Umberto Salera chegou à Itaúna. Veio sozinho, casou e teve cinco filhos. Desde então, o número de seus descendentes já ultrapassou a casa das centenas, com netos, bisnetos e trinetos - todos carregando bem mais do que um sobrenome, pois trazem em sua essência a gênese dos italianos, um povo valoroso, cheio de fé e sonhos para fazer de Itaúna e do Brasil um lugar ainda mais especial!!!

UM POUCO DA HISTÓRIA DA FAMÍLIA DE UMBERTO SALERA E ANA BURRINI

Em 125 anos de história, desde seu nascimento até hoje, a árvore genealógica do de Umberto Salera e Ana Burrini é composta de 5 filhos, 31 netos, 79 bisnetos e 74 tataranetos, que estão espalhados por várias cidades brasileiras de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Acre e Tocantins, além de Toronto (Canadá).

Logo a seguir detalhes dos descendentes de Umberto Salera e Ana Burrini Salera:

1- Antônio Salera (11-04-19), agropecuarista, casou-se em 04 de abril de 1945, em Itaúna (Minas Gerais) com Alzira Santos Salera (18-03-1927), nascida na cidade de Luz (Minas Gerais), filha de Lizandro José Dos Santos e Lucrécia Vasconcelos dos Santos, com quem teve 6 filhos, 20 netos e 30 bisnetos: (1) Antônio Santos Salera, 2 filhos e 4 netos: Tony (Paola e Tony Segundo) e Caroline (Leonardo e Luiza); (2) Elizabeth Salera, 4 filhos e 9 netos: Rodrigo (Iasmim e Mariana), Marcelo (Gustavo, Gabriel e Rafaela), Alessandra (Elizabeth, Joaquim e Gilberto) e Leonardo (Natasha); (3) Humberto Salera Neto (in memorian), 3 filhas e 3 netos: Taciana, Ana Paula e Gabriela; (4) Eliana Salera Parreiras, 4 filhos e 4 netos: Fabiano (Alexandre, Laura, Maria Júlia e Gabriela), Giselle, Lucas e Bruna; (5) Giovanni Salera, 4 filhos e 6 netos: Flávio (Ítalo e Clarice), Brunno (Shlomo), Giovanni Júnior (Tiago) e Vinícius (Analu e Heitor); (6) Elaine Salera de Carvalho, 3 filhos e 4 netos: Janaína, Gualter Neto e Marco Antônio.

2- José Salera (23-01-21), funcionário da Itaunense, casou-se em Itaúna com Rosa Mota Salera, filha de Joaquim Mota e Maria Rosa da Silva. Dessa união tiveram 8 filhos, 13 netos e 15 bisnetos: (1) Célia Regina Mota Salera, 2 filhos: Humberto e Robson; (2) Zélia Salera Mota, sem filhos; (3) Ana Márcia Salera Mota, sem filhos; (4) José Roberto, 4 filhos: Leonardo, Gabriel, Guilherme e Luciano; (5) Maria Vilma Salera, 3 filhos: Flávio, Maurílio e Rosamaria; (6) Helio Salera Sobrinho, 3 filhos: Pedro Henrique, Virgínia e João Vinícius; (7) Ivani Salera, sem filhos e (8) Silvana Raimunda Salera, 2 filhas: Liliane e Nayara.

3- Mário Salera (28-01-1923), funcionário da Rede Ferroviária, casou com Iolanda Moreira, com quem teve 12 filhos, 30 netos e 17 bisnetos: (1) Arnaldo Moreira Salera, 3 filhos: Glece, Glecia e Glênio; (2) Mario Moreira Salera, 3 filhos: Washington, Wallace e Wilson; (3) Armando Moreira Salera, 2 filhos: Robson e Wellington; (4) Ana Moreira Salera, 2 filhas: Santhussa e Ana Flávia; (5) Ronaldo Moreira Salera, 5 filhos: Renata, Ronaldo, Zuleica, Patrícia e Ricardo; (6) Neuza Moreira Salera, 3 filhos: Alessandra, Wellington e Magda; (7) Rômulo Moreira Salera, 1 filha: Ana Paula; (8) Marcos Moreira Salera, sem filhos; (9) Mafalda Moreira Salera, 2 filhos: Viviane e Ricardo; (10) Rosangela Moreira Salera, 3 filhos: Sheila, Keliae e Kelvin; (11) Iolanda Moreira Salera, 4 filhas e 7 netos: Adriane (Luana, Bruna, Hércoles e Lucilda), Aline, Angélica (Jonathas, Gustavo e Laissa) e Alexssandra; (12) Aparecida Moreira Salera, 2 filhos: Andressa e Matheus.

4- Hélio Salera (03-07-1927), comerciante, casou-se com Gabriela Oliveira Salera (apelidada de “Zizinha) com quem teve 2 filhos, 6 netos e 2 bisnetos: (1) Maria de Fátima Salera, 2 filhas e 1 neta: Luciana e Amanda (Sara Salera Almeida); (2) Eloi Salera de Oliveira, 4 filhos e 1 neto: Rodrigo (Adriano Luca), Guilherme Henrique, Thiago e Brian.

5- Heli Salera (30-10-1929), empresário, casou-se com Terezinha, com quem teve 03 filhos e 10 netos: (1) Rosangela Salera, 4 filhos e 4 netos: Tatiana, Talitha, Thassiana e Thiago; (2) Roseli Salera, 3 filhos: Marcelo, Patrícia e Audrey; e (3) José Raimundo Salera, 3 filhos.

BIBLIOGRAFIA:

ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. 2013. Vencedores do Prêmio ABRE. Vencedores Ouro: Atum Salera (Salera Alimentos). Disponível em: http://www.abre.org.br/premio_2013/vencedores_ouro.php

ALMANAK Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro - 1891 a 1940. Itaúna - Estado de Minas Gerais. SAPATARIA: Umberto Salera. Volume 1, pág. 751. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=313394&pagfis=117164&pesq=&url=http://memoria.bn.br/docreader#

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Alyne Salera de Almeida. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/7133329502213319

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Fabiano Salera Parreiras. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/9713647484208586

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Giovanni Salera Júnior. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Liliane Salera Malta. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/5572735685461507

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Lucas Salera Parreiras. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/3919602286711252

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Luíza Di Salera Amaral Damasceno. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/4379260521880108

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Regiane Salera. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/7468390733200549

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Rodrigo Salera Mesquita. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/8419272818208637

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Rosangela Silva Costa Salera. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/4377711804582308

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 2016. Currículo Lattes: Simone Salera Antonicci. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/8976292222375084

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Palmas - TO, Abril de 2016.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

Curriculum Vitae: http://lattes.cnpq.br/9410800331827187

Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 11/04/2016
Reeditado em 10/06/2021
Código do texto: T5602146
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