Mané Garrincha
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MANUEL FRANCISCO DOS SANTOS
(49 anos)
Jogador de Futebol
* Pau Grande, RJ (28/10/1933)
+ Rio de Janeiro, RJ (20/01/1983) - ESCORPIÃO

Garrincha foi um grande futebolista brasileiro que se notabilizou por seus dribles desconcertantes apesar do fato de ter suas pernas tortas. É considerado um dos maiores jogadores da história do futebol de todos os tempos. No auge de sua carreira, passou a assinar Manoel dos Santos, em homenagem a um tio homônimo, que muito o ajudou. Garrincha também é amplamente considerado como o maior driblador da história do futebol.

Garrincha, "O Anjo de Pernas Tortas", foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962 quando, após a contusão de Pelé, se tornou o principal jogador do time brasileiro. Com Garrincha Pelé jogando juntos, a seleção brasileira de futebol jamais perdeu uma partida sequer. A força do seu carisma ficou marcada rapidamente nas palavras do poeta de Itabira, 
Carlos Drummond de Andrade, numa crônica publicada no Jornal do Brasil, no dia 21 de janeiro de 1983, um dia após a morte do genial Garrincha:

"Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho"
(Carlos Drummond de Andrade)
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Pelé e Garrincha
Infância: O Apelido "Garrincha"

De origem humilde, com quinze irmãos na família, Manoel dos Santos era natural de Pau Grande, distrito de Magé, Rio de Janeiro. Sua irmã o teria apelidado de Garrincha, fazendo uma associação com um passarinho muito comum na região serrana de Petrópolis, conhecido por este nome.
As Pernas Tortas

Uma das características marcantes que envolvem a figura de Garrincha relaciona-se a uma distrofia física: as pernas tortas. Numa perspectiva frontal, por exemplo, sua perna esquerda, seis centímetros mais curta que a direita, era flexionada para o lado direito, e a perna direita, apresentava o mesmo desenho. Afirma Ruy Castro em seu livro que já teria nascido assim, mas há vários depoimentos no sentido que tal característica tenha sido sequela de uma poliomielite.
 
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Garrincha e Elza Soares
Primeiros Brilhos

Com quatorze anos de idade começou a jogar no Esporte Clube Pau Grande e seu talento, já manifestado, despertou a atenção de Arati, um ex-jogador do Botafogo. Teve uma breve passagem pelo Serrano Foot Ball Club, time de Petrópolis, região serrana do Rio. Foi este o primeiro clube a pagar quantias em dinheiro para que Garrincha jogasse futebol. Após esta passagem pelo Serrano, foi treinar no time do Botafogo de Futebol e Regatas. Não se sabe com certeza quem o levou a fazer um teste no Botafogo, mas nos minutos iniciais do primeiro treino, ele teria dado vários dribles em Nílton Santos, o qual já era um renomado jogador.
Vida Pessoal

Garrincha casou-se com Nair, namorada infância, com quem teve oito filhas. Separou-se dela e foi casado com Elza Soares por 15 anos. Os dois tiveram um filho, Manuel Garrincha dos Santos Junior (09/07/1977 - 11/01/1986), morto aos 9 anos de idade num acidente automobilístico. Nenem, o filho dele com Iraci, sua esposa antes de conhecer Elza Soares,  também morreu num acidente em Portugal em 20 de janeiro de 1992 aos 28 anos.
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Jogador Profissional

Por praticamente toda a sua carreira, 95% das partidas, Garrincha defendeu o Botafogo, no período de 1953-1965, além da Seleção Brasileira de 1957-1966.

Já em fim de carreira jogou alguns meses no Sport Club Corinthians Paulista, (1966), no Clube de Regatas do Flamengo, (1969), e no Olaria Atlético Clube, porém já estava longe de seu auge. Integrou o elenco do Vasco, em um amistoso contra a seleção da cidade de Cordeiro, RJ, marcando um gol nesta partida. Sua contratação não foi fechada pela equipe cruzmaltina devido a sua má condição física e foi devolvido ao Sport Club Corinthians Paulista após o supracitado amistoso.

Jogou sessenta partidas pelo Brasil entre 1955 e 1966. Em todos os seus jogos, participou de apenas uma derrota (de 3 a 1 para a Hungria na Copa de 66).

Mesmo na Seleção Brasileira, Garrincha nunca abandonou sua forma irreverente de jogar. Voltava a driblar o jogador oponente, no mesmo lance, ainda que desnecessariamente, só pela brincadeira em si.

Nos clubes, jogou 614 vezes, marcando 245 gols pelo Botafogo e sua carreira profissional se prolongou de 1953 a 1972.

O último gol de Garrincha aconteceu no empate do Olaria Atlético Clube em 2 a 2 com o Comercial, dia 23 de março de 1972, no Estádio Palma Travassos em Ribeirão Preto. Foi, inclusive, o único gol de Mané pelo Olaria Atlético Clube.

Em 2010, torcedores do Botafogo custearam uma estátua de quatro metros e meio e cerca de 300 kg, ao custo de R$ 56.000,00 pagos ao artista plástico Edgar Duvivier. Essa estátua encontra-se hoje em frente ao Estádio João Havelange, onde o Botafogo manda seus jogos.

Já em novembro de 2011 durante a convenção mundial de futebol Soccerex,Eusébio, maior jogador português e contemporâneo tanto de Pelé quanto Garrincha, declarou abertamente que considerava Garrincha o melhor jogador de todos os tempos.

Garrincha foi considerado o mais habilidoso jogador que já existiu em todos os tempos sua capacidade de driblar e envolver seus adversários era impressionante. Pelo Brasil perdeu apenas uma das 61 partidas que fez com a camisa da Seleção. Em 1998, foi escolhido para a seleção de todos os tempos da Fifa, em eleição que contou com votos de jornalistas do mundo inteiro.
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A Morte

A bebida e problemas no joelho gerados pela ambição de inescrupulosos dirigentes, que o mantinham em campo á base de poderosas drogas, que também destruíam sua saúde, encurtaram a carreira de Mané. Uma artrose nos dois joelhos - uma espécie de desgaste entre o fêmur e a tíbia - acabaram a magia de Garrincha. Os dribles geniais exigiam muito dos joelhos. E a dor vinha a cada freada ou giro em cima do adversário. O mágico saía de campo.

Garrincha viveu os últimos anos de sua vida sem glamour. Levava uma vida simples, humilde e abandonado por aqueles que lucraram milhões com sua arte. O adeus veio aos 49 anos, depois de três casamentos e 13 filhos. Morria a alegria do povo em 20 de janeiro de 1983 vítima de problemas generalizados causados pelo excessivo consumo de álcool. A causa foi Cirrose do Fígado.

Em seu epitáfio lê-se:
"Aqui jaz em paz aquele que foi a Alegria do Povo – Mané Garrincha"