Amaral Netto
 
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FIDÉLIS DOS SANTOS AMARAL NETTO
(74 anos)
Jornalista e Político
* Rio de Janeiro, RJ (28/05/1921)
+ Rio de Janeiro, RJ (17/10/1995) - GEMEOS
 
Jornalista e deputado federal, conhecido do grande público durante a década de 70 pelo programa na Rede Globo, "Amaral Netto, o Repórter", onde, com equipamento sofisticado para a época, alcançava as mais longínquas regiões do país e divulgava as obras do regime militar. Com cerca de vinte anos no vídeo, o repórter mostrou os tubarões em Fernando de Noronha e, numa de suas primeiras grandes reportagens-pesquisas, foi até o Xingu mostrar como vivem os Xavantes.
 
Revelando ao público usos e costumes selvagens conservados durante dois mil anos, lançou um apelo em favor da doação de remédios e itens básicos para o auxílio aos Silvícolas.
 
Como repórter-historiador, Amaral trazia à luz documentos, fatos e curiosidades da História do Brasil. Em sua passagem pela Rede Tupi, costumava abrir o programa com perguntas como: Que nome tem o Brasil? De que cor são as letras da Bandeira Nacional? Que idade tinha Cabral quando descobriu o Brasil?
 
Na vida política, Fidelis dos Santos Amaral Netto elegeu-se como deputado pelo Rio de Janeiro para oito mandatos com uma única plataforma - instituir a pena de morte. Ele apresentou uma emenda constitucional que propunha um plebiscito para implantar a pena de morte para sequestradores, ladrões e estupradores que assassinassem suas vítimas. O plebiscito, um instrumento mais direto de consulta popular, foi rejeitado pelos que se afirmavam democratas e contrários à pena capital. A ofensiva contrária revelou uma realidade pouco admitida por seus desafetos: a pena de morte teria grande chance de ser aprovada se fosse submetida a um plebiscito popular. Líder do antigo PDS na Constituinte, Amaral Netto foi um dos mais barulhentos porta-vozes da direita e defendia os governos militares com ardor.
 
Em 1964, ao fazer oposição à candidatura de Carlos Lacerda à presidência da República, Amaral Netto não conseguiu conter o apelo popular a favor do político carioca, de acordo com artigo no jornal Tribuna da Imprensa de 9 de novembro de 1964:
 
"Por ironia do destino, o próprio deputado Amaral Netto, opositor da candidatura Carlos Lacerda à Presidência da República, foi o responsável por sua consagração, ao discursar anteontem, na sessão inaugural da Convenção Extraordinária da UDN, em meio a vaias estrepitosas e alguns aplausos. (...) Em um discurso tumultuado, Amaral Netto chegou a comparar Lacerda a Jânio Quadros - e quase não pôde permanecer na tribuna, ante a indignação popular - e provocou uma explosão de entusiasmo entre os convencionais, que aclamaram o candidato udenista à sucessão presidencial, mal terminara o deputado carioca seu discurso".
 
Membro do MDB em 1967, Amaral Netto atuava em dobradinha com Mário Covas, de quem veio a ser o maior adversário, na década de 80.