Celso Vieira
"No oratório-berço donde veio Rui - berço e altar de Vera Cruz - era ainda criança e colegial, quando a voz de um poeta anunciou que ele seria um tribuno-gigante. Com efeito, à velha tribuna religiosa de Antônio Vieira, prodígio do século XVII e enlevo do templo católico, erigida no solo baiano, sucedeu a tribuna jurídica, freqüentada pela nova eloqüência e pelo novo sacerdócio, em que se multiplicaram as suas orações, flamejantes cóleras ou esplendentes milagres do Verbo nas alturas."
"Senhores Acadêmicos. Quando fui recebido nesta casa, em 1935, por Aloysio de Castro, sentenciou esse amável confrade, resumindo-me o longo tirocínio administrativo, que o secretariado era a minha vocação e o meu fadário. Houve sorrisos discretos no auditório ilustre. Daí por diante, confirmando o vaticínio ao colega, que exultava à hora das eleições, infalivelmente, a Academia elegeu-me 2o secretário, 1o secretário e secretário geral, posto já ofuscante, no qual supunha eu ter vencido o ápice do meu destino (...)"
CELSO VIEIRA DE MATOS MELO PEREIRA
(76 anos)
Escritor, Historiador, Biógrafo e Ensaísta
* Recife, PE (12/01/1878)
+ (19/12/1954) - CAPRICORNIO
Celso Vieira de Matos Melo Pereira, mais conhecido como Celso Vieira, foi um historiador, escritor, biógrafo e ensaísta brasileiro. Nasceu na cidade do Recife, PE, em 12/01/1878 e era filho de Rafael Francisco Pereira e de Marcionila Vieira de Melo Pereira.
Mudou-se para Belém, PA, onde ali estudou no Colégio Paes Leme, iniciando o curso de direito, que concluiu no Rio de Janeiro, em 1899. Já formado, voltou ao Recife, participando no ano de 1901 da fundação da Academia Pernambucana de Letras, ali assentando na Cadeira 20. Foi, ainda, presidente desta entidade.
Retornou, mais tarde, para o Rio de Janeiro, onde ocupou alguns cargos públicos, como o de auxiliar do Chefe de Polícia do Rio de Janeiro, a secretaria do Tribunal de Justiça deste estado e ainda a direção do Gabinete do Ministro da Justiça, dentre outros.
Academia Brasileira de Letras
Terceiro ocupante da cadeira que tem por patrono Tobias Barreto, sucedendo a Santos Dumont que, havendo cometido suicídio, não chegou a tomar posse. Foi eleito a 20/07/1933, sendo empossado em 05/05/1934, recebido por Aloysio de Castro. No Silogeu ocupou a secretaria e a presidência, esta última em 1940. Foi o imortal encarregado de recepcionar o acadêmico Vítor Viana, em 30/08/1935.
Celso Vieira foi sucedido na Academia Brasileira de Letras, pelo médico e professor Maurício de Medeiros.
Celso Vieira faleceu em 19/12/1954.
Excertos
(Homenagem a Ruy Barbosa)
(Do Discurso Inaugural da Sessão de 28/12/1939)
Publicações
Autor pouco conhecido, tanto da crítica quanto do público, Celso Vieira publicou os seguintes trabalhos, a maioria no campo biográfico:
- 1919 - Endymião
1919 - O Semeador
1920 - Defesa Social
1923 - Varnhagen
1929 - Anchieta
1932 - Para as Lindas Mãos
1936 - Aspectos do Brasil
1939 - Tobias Barreto
1941 - Estudos e Orações (Ensaios)
1945 - Manuel Bernardes, Clássico e Místico
1946 - Scepticisme et Beauté
1949 - Joaquim Nabuco
1951 - O Gênio e a Graça