Lyda Monteiro
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LYDA MONTEIRO DA SILVA
(59 anos)
Secretária
* Niterói, RJ (05/12/1920)
+ Rio de Janeiro, RJ (27/08/1980) - sagitário
 
Lyda Monteiro da Silva foi uma secretária, morta em um atentado à bomba na sede da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro.
 
Funcionária da Ordem dos Advogados do Brasil, onde ingressou em 1936, aos 16 anos de idade, ocupou também o cargo de Diretora do Conselho Federal da OAB, no Rio de Janeiro e em 1980 era secretária do então presidente da OAB no Rio de Janeiro, Eduardo Seabra Fagundes, quando foi vítima de um atentado à bomba na sede da Ordem no Rio de Janeiro. Na ocasião, a   OAB era vice-presidida por Sepúlveda Pertence.
 
Atentado à Ordem dos Advogados do Brasil
 
Em 27 de agosto de 1980, um atentado terrorista organizado por grupos extremistas de direita do Brasil, executaram a chamada Operação Cristal, no governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo. Na época, o Brasil encontrava-se no chamado Estado de Exceção e os advogados cerravam fileiras na luta pelas liberdades democráticas. O atentado indignou a sociedade brasileira que viu o ato como um ato terrorista naqueles anos de autoritarismo.
 
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Revista Veja: Enterro Lyda Monteiro 1980
Os Fatos
 
Lyda Monteiro era a mais antiga funcionária da OAB, secretária do presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil quando, aos 59 anos de idade, abrindo a correspondência, fez explodir uma carta-bomba no início da tarde da quarta-feira, dia 27 de agosto de 1980. O artefato lhe decepou o braço, além de outras mutilações, e provocou a morte tão logo foi hospitalizada. 
 
Além do atentado à Ordem dos Advogados do Brasil, outras ações ocorreram na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e na sede do jornal ligado ao Partido Comunista do Brasil, Tribuna da Luta Operária, o primeiro com seis feridos e o segundo, um artefato de pouca potência estourado na madrugada, provocou estragos materiais. Uma outra carta-bomba havia sido enviada à Associação Brasileira de Imprensa, mas foi desativada por seu presidente, Barbosa Lima Sobrinho, haver sido avisado por telefonema anônimo.
 
Em seu editorial do dia seguinte aos crimes o jornal Folha da Manhã declarou que, embora ninguém houvesse assumido a autoria dos atentados terroristas, estes certamente vieram de setores que tinham interesse em interromper o processo de abertura do país rumo à democracia, então levada a termo pelo governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo. 
 
Na noite do mesmo dia, o Conselho Federal da OAB, presidido pelo advogado Eduardo Seabra Fagundes, resolveu proclamar a data de 28 de agosto como Dia Nacional de Luto dos Advogados, em memória da vítima Lyda Monteiro.
 
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Mesa de Lyda Monteiro da Silva, exposta ao público no dia da pré-inauguração do Museu em agosto de 2003
A mesa de trabalho de dona  Lyda Monteiro, local onde ela abriu a carta e veio a falecer, está guardada no Museu do Conselho Federal, em Brasília.
 
O depois membro do Supremo Tribunal Federal, ministro Sepúlveda Pertence, à época vice-presidente da OAB, declarou que "foi um dos dias mais chocantes da minha vida". Sepúlveda Pertence era o presidente em exercícioproxy?url=http%3A%2F%2Fcdncache1-a.akamaihd.net%2Fitems%2Fit%2Fimg%2Farrow-10x10.png&container=blogger&gadget=a&rewriteMime=image%2F* da entidade classista, e chegou ao prédio momentos após o atentado. Segundo seu relato, feito 24 anos depois, "Desde aquele dia se pode dizer que cresceu a autoridade da OAB para a luta pela retomada do processo democrático"
 
A morte de Lyda Monteiro foi dada como resultado de "ato de sabotagem ou terrorismo". O registro de ocorrência na 3ª Delegacia de Polícia tem o número 0853. Na explosão que resultou em sua morte saiu ferido outro funcionário, José Ramiro dos Santos.
 
O óbito de n° 313 foi assinado pelo Drº Hygino C. Hércules, do Instituto Médico Legal, tendo como declarante Joaquim Alves da Costa.
 
Lyda Monteiro foi enterrada no dia seguinte no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, com grande participação dos movimentos sociais, entre eles o grupo Tortura Nunca Mais que desempenhou papel fundamental na busca por justiça pelas vítimas da Ditadura Militar Brasileira. O acontecimento teve cobertura da imprensa nacional e internacional.
 
Na época, durante o governo do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, os inquéritos foram abertos e nada foi apurado.
 
 
27 Anos Depois
 
Em nota pública divulgada em 27 de agosto de 2007, o presidente da OAB-SP,Luiz Flávio Borges D´Urso apontou que o atentado que vitimou Lyda Monteiro em 1980, continua encoberto pelo manto da impunidade e simboliza o Dia Nacional de Luto dos Advogados:
 
"Ainda é preocupante que o atentado não tenha sido solucionado e os culpados punidos. A morte de Lyda Monteiro da Silva continua encoberta pelo manto da impunidade, que acoberta tantos outros casos de violência e pode, infelizmente, levar a população a desacreditar nas instituições."