Raul Torres
RAUL MONTES TORRES
(64 anos)
Cantor e Compositor
* Botucatu, SP (11/07/1906)
* São Paulo, SP (12/07/1970) - cancer
Raul Torres foi um cantor e compositor brasileiro filho de imigrantes espanhóis.
Ainda em sua cidade natal iniciou na música, cantando modas de viola em festas, acompanhado de amigos. Com a decisão de seguir a carreira artística, mudou-se para São Paulo. Para se manter na capital paulista exerceu outras atividades profissionais. Foi cocheiro na Estação da Luz. Paralelamente exercia a atividade artística, cantando em bares, circos e cabarés. Trabalhou como lenheiro no trem de lenha da Estrada de Ferro Sorocabana, fazendo o percurso entre a Barra Funda e a cidade de Itararé. Trabalhou com o pai da cantora Inezita Barroso, a quem ensinou o rasqueado, sendo um dos influenciadores da, então menina, em seu interesse pela música sertaneja.
Iniciou na vida artística na Rádio Educadora de São Paulo, em 1927, cantando modas de viola. Vendo a apresentação de Jararaca e Ratinho e do conjunto nordestino Turunas da Mauricéia em São Paulo, ficou bastante impressionado. Abandonou o estilo caipira e passou a cantar no conjunto Turunas Paulistas, criado pelo tocador de bandola Cardia, que imitava o grupo nordestino Turunas da Mauricéia. Por essa época já dava mostras de sua versatilidade, apresentando-se na sala de espera do Cinema Odéon, na zona central da capital paulista.
No ano de 1937, formou dupla com Serrinha, que era seu sobrinho e passou a dedicar-se a escrever e cantar músicas caipiras. No ano de 1940, escreveu a clássica Saudades de Matão. Compôs mais de 100 canções, entre as quais a Moda da Mula Preta.
Em 1945, começou a compor com João Baptista da Silva, mais conhecido como João Pacífico e, desta parceria, resultam as canções "Pingo d'Água", "Colcha de Retalhos", "Mourão da Porteira", "Cabocla Teresa".
A partir de 1960, passou a se dedicar cada vez mais à apresentação de programas de rádio, especialmente pela Rádio Record de São Paulo e durante muitos anos apresentou um programa com o violeiro Florêncio.
Quando tinha 50 anos, casou-se com Adelina Aurora Barreira, no ano de 1955. Sua mulher era funcionária pública. Eles permaneceram casados até o dia de sua morte. Raul e Adelina, tinham costume de espairecer e farrear em bares e praças, em São Paulo, onde se reuniam com um grupo de pessoas, para tocar clássicos da obra de Raul Torres e se divertir.
Faleceu um dia depois de completar 64 anos, logo após a gravação do LP "O Maior Patrimônio da Música Sertaneja".