Célia Helena
CÉLIA CAMARGO SILVA
(61 anos)
Atriz
* São Paulo, SP (1936)
+ São Paulo, SP (29/03/1997)
A atriz Célia Camargo Silva, mais conhecida como Célia Helena, aos 16 anos, fez o curso de formação de intérpretes no Centro de Estudos Cinematográficos de São Paulo, onde conheceu Ruggero Jacobbi e José Renato, entre outros.
Estreou no filme "Fatalidade", com direção de Jacques Marrete e, na seqüência, fez "Chamas no Cafezal", ambos em 1952, produzidos pela Cia. CinematográficaVera Cruz.
No ano seguinte, Célia Helena estreou no teatro ao lado de Cacilda Becker e Paulo Autran, na comédia "Inimigos Íntimos".
Com o fim da Vera Cruz, ela foi para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e esteve presente nas principais montagens do grupo Oficina nos anos 60, como em "A Vida Impressa em Dólar" e "Pequenos Burgueses" – onde, interpretando Tatiana, arrebatou todos os prêmios de melhor atriz de 1963. Lá, conheceu e casou com Raul Cortez, com quem teve a filha Lígia.
Ao longo da carreira recebeu prêmios como o de melhor atriz coadjuvante em "O Balcão", de Jean Genet e o prêmio Molière de melhor atriz de 76, por "Pano de Boca", de Fauzi Arap.
A partir de 1980 lançou-se a um projeto pessoal de amplas repercussões: a criação de um centro de educação teatral para jovens - a Teatro Escola Célia Helena, fundado em 1977 - que, a partir de 1983, passou a oferecer também um curso profissionalizante de formação de atores. As atividades junto à escola a mantiveram afastada dos palcos por um longo período.
Na televisão, Célia participou de algumas telenovelas de sucesso: "Vila do Arco" em 1976 na TV Tupi; "Brilhante", 1982; "Partido Alto", 1984; "Direito de Amar", 1987; e "Mandala", 1988, todas na Rede Globo e "Sabor de Mel" na TV Bandeirantes. Sua última participação foi num episódio do programa "Você Decide", Rede Globo, em 1995.
Televisão
1995 - Você Decide (Episódio: O Grande Homem)
1987 - Mandala ... Ceres Silveira
1987 - Direito de Amar ... Violante
1985 - Jogo do Amor
1984 - Partido Alto ... Izildinha
1983 - Casal 80 ... Cida
1983 - Sabor de Mel ... Isolina
1982 - Campeão ... Ester
1981 - Brilhante ... Regina
1976 - Canção para Isabel ... Maria Carolina
1975 - Vila do Arco ... Severina
1972 - O Príncipe e o Mendigo
1971 - Quarenta Anos Depois
1971 - Pingo de Gente ... Marta
1971 - Editora Mayo, Bom Dia
1970 - Tilim ... Lavínia
1968 - O Décimo Mandamento
No Cinema
1982 - Das Tripas Coração
1975 - O Predileto
1973 - A Virgem
1973 - O Anjo Loiro
1971 - Cordélia, Cordélia
1954 - Chamas no Cafezal
1954 - Floradas na Serra
1953 - Fatalidade
No dia 6 de março de 1997, internou-se no Hospital Albert Einstein para extrair, por meio de uma cirurgia, um câncer raro que ataca as paredes dos vasos sanguíneos. Célia Helena não resistiu à operação, entrou em coma e faleceu aos 61 anos, no sábado, 29.
Na ocasião da morte de Célia,sua filha Lígia Cortez, também atriz, registrou algumas palavras sobre a carreira de sua mãe:
"Célia Helena atriz conciliou um difícil paradoxo dos atores: ser público sem perder a privacidade, a generosidade e discrição. Admiro muito a forma como ela atuou na ditadura. Nunca foi a primeira da fila das passeatas. Apenas agia. E como. Ajudou de muitas formas muitos colegas. (...) Comecei com ela no Teatro Célia Helena, aliás, desconfio que ela fundou o teatro muito por minha causa. Sinto orgulho quando lembro que minha mãe valorizou o teatro na sua essência. Ela deu uma dimensão maior ao trabalho de atriz. Foi uma grande educadora. Ficamos Elisa (a filha que teve no seu casamento com o arquiteto Ruy Ohtake) e eu. Aprendemos sobretudo a beleza e a dignidade do trabalho profundo, pesquisador e quieto. Feito sem alarde, mas na sua essência revolucionário."