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INÁCIO JOSÉ DE ALVARENGA PEIXOTO
(49 anos)
Advogado e Poeta
* RJ (1744)
+ Ambaca, Angola (1793)
 
Inácio José Alvarenga Peixoto era filho de Simão Alvarenga Braga e Maria A. Braga.
 
Inconfidente e poeta brasileiro nascido no Rio de Janeiro, de posição mediana entre os numerosos versejadores ativos na segunda metade do século XVIII, em Minas Gerais.
 
Estudou com os jesuítas, provavelmente em Braga, Portugal (1760) e ingressou naUniversidade de Coimbra, onde se formou, com louvor em 1768. Aí conheceu o poeta Basílio da Gama, de quem se tornou amigo.
 
Acrescentou em 1769 a seu nome literário o sobrenome Peixoto e se assinava também, como integrante da Arcádia Mineira, com os pseudônimos de Alceu e Eureste Fenício.
 
Doutor em leis pela Universidade de Coimbra, foi juiz de Cintra e regressou ao Brasil em 1775 como ouvidor de Rio das Mortes, a atual São João del-Rei.
 
 
Deixando a magistratura, ficou na região, ocupando-se da lavoura e da mineração, e em 1781 desposou a poetisa Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, com que teve quatro filhos: Maria Efigênia, José, Miguel e João de Alvarenga Braga. À esposa, Alvarenga peixoto dedicou alguns de seus melhores versos.
 
 
A sua diminuita obra inscreve-se entre a dos poetas do Arcadismo, e foi recolhida por Rodrigues Lapa. Apresenta alguns dos sonetos mais bem acabados do Acadismo no Brasil. A temática amorosa foi uma das vertentes da sua poesia, em que também se observa uma postura crítica quanto à sociedade da época.
 
De sua obra restam apenas alguns sonetos e uma pequena obra laudatória. Teria escrito, segundo a tradição, o drama lírico Enéias no Lácio, hoje desaparecido. Suas composições existentes, reunidas em Obras Poéticas (1865) por Joaquim Norberto, foram reproduzidas por Péricles Eugênio da Silva Ramos na antologia Poesia do Ouro (1964).
 
Proprietário em Lavras no sul de Minas Gerais, tomou parte no famoso movimento nacionalista da Inconfidência Mineira, por discordar das pesadas taxações doreino.
 
Foi amigo dos poderosos da época e partilhava com os demais intelectuais de seu tempo idéias libertárias advindas do Iluminismo. Entre essas personalidades destacam-se os poetas Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga (seu parente), o padre José da Silva Oliveira Rolim, o militar Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), e Joaquim Silvério dos Reis, que delataria os conjurados.
 
Pressionado por dívidas e impostos em atraso, acabou por se envolver na Inconfidência Mineira. Denunciado e detido, em companhia de seu parente Tomás Antônio Gonzaga, foi conduzido ao presídio da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Negou sua participação no movimento, mas mesmo assim foi julgado e condenado à morte, pena comutada para o Degredo Perpétuo em Angola, onde permaneceu desterrado e morreu, no presídio de Ambaca em 1792.