Glória Magadan
MARIA MAGDALENA ITURRIOZ Y PLACENCIA
(81 anos)
Autora de Novelas
* Havana, Cuba (1920)
+ Miami, EUA (27/06/2001)
Maria Magdalena Iturrioz y Placencia, mais conhecida como Glória Magadan foi uma autora de telenovelas cubana radicada no Brasil.
Para que a história da telenovela no Brasil seja contada e compreendida, é essencial que se escreva nela o nome de Glória Magadan. A escritora, nascida em Cuba, foi a mais importante novelista da década de 60, essencial no início do gênero, tornando-se a mulher mais poderosa da televisão da época.
Se Janete Clair foi a consolidação do gênero, Glória Magadan foi o seu alicerce. Suas histórias folhetinescas eram desprovidas de qualquer bom senso ou apego à realidade. Era a ilusão, a fantasia e o sonho na forma bruta, às vezes grotesca. Distanciados da realidade brasileira, os folhetins da autora traziam histórias mirabolantes e exóticas, que podiam ter como cenário o deserto do Saara, o Japão medieval, a corte francesa do século XVIII. Amarradas de forma consistente, mas longe de uma lógica narrativa, as suas aventuras fascinaram o então incipiente público das telenovelas, fazendo da TV Globo uma máquina de produção do gênero, assegurando a audiência que necessitava na época que se lançou como a mais nova emissora de televisão do Brasil.
A Rainha Louca (Rubens de Falco e Nathália Timberg)
Após a Revolução Cubana de 1959, Glória Magadan se refugiou em Porto Rico, onde conseguiu emprego na estação de TV local Telemundo e acabou sendo contratada pela agência publicitária da Colgate-Palmolive para desenvolver telenovelas patrocinadas pela empresa. Pouco depois foi enviada paratrabalhar na Venezuela, e em 1964, foi tranferida para o Brasil para produzir telenovelas. Ainda em 1964, auxiliada por Walter George Durst e por Daniel Más, iniciou a produção de telenovelas para a TV Tupi.
São desta época tramas como Gutierritos, o Drama dos Humildes, A Cor de Sua Pele e A Outra. No final de 1965 foi contratada pela TV Globo do Rio de Janeiro, onde desenvolveu novelas exóticas e super-produções.
Em 1966, reescreveu em uma nova versão a novela Eu Compro Esta Mulher, que a própria autora escrevera em 1960 para a Telemundo. Esta nova versão foi vendida para uma TV da Argentina em 1968. Ainda fez O Sheik de Agadir (1966), A Sombra de Rebeca (1967) entre outras.
Em 1967, após o fracasso de Anastácia, a Mulher sem Destino, Glória Magadanconvida a autora Janete Clair, que estava realizando Paixão Proibida pela TV Tupi para escrever o final da trama.
Glória Magadan acumulava a função de escritora, supervisora e produtora de novelas na TV Globo. Com o acúmulo de funções, pediu para que Janete Clair continuasse trabalhando na emissora, o que abriu caminho para que Janete Clair fizesse sucesso com suas próprias tramas, desbancando as novelas de Glória Magadan. Isso gerou atrito entre as duas autoras. Glória Magadan acusou o diretor Daniel Filho de prestar maior atenção às produções de Janete Clair e isso levou o diretor a pedir demissão da emissora. Glória Magadan também proibiu que Janete Clair se comunicasse diretamente com o elenco.
Em 1968, a TV estava mudando. A TV Excelsior e TV Tupi investiam em novos meios para a teledramaturgia. A TV Excelsior, aproveitando-se da história do Brasil, realizou novelas como O Tempo e o Vento e A Muralha. A TV Tupi investiu em temas modernos, como em Beto Rockfeller e Nino, o Italianinho, enquanto naTV Globo a ordem era continuar baseando-se em clássicos da literatura mundial.
Em 1967, após o fracasso de Anastácia, a Mulher sem Destino, Glória Magadanconvida a autora Janete Clair, que estava realizando Paixão Proibida pela TV Tupi para escrever o final da trama.
Glória Magadan acumulava a função de escritora, supervisora e produtora de novelas na TV Globo. Com o acúmulo de funções, pediu para que Janete Clair continuasse trabalhando na emissora, o que abriu caminho para que Janete Clair fizesse sucesso com suas próprias tramas, desbancando as novelas de Glória Magadan. Isso gerou atrito entre as duas autoras. Glória Magadan acusou o diretor Daniel Filho de prestar maior atenção às produções de Janete Clair e isso levou o diretor a pedir demissão da emissora. Glória Magadan também proibiu que Janete Clair se comunicasse diretamente com o elenco.
Em 1968, a TV estava mudando. A TV Excelsior e TV Tupi investiam em novos meios para a teledramaturgia. A TV Excelsior, aproveitando-se da história do Brasil, realizou novelas como O Tempo e o Vento e A Muralha. A TV Tupi investiu em temas modernos, como em Beto Rockfeller e Nino, o Italianinho, enquanto naTV Globo a ordem era continuar baseando-se em clássicos da literatura mundial.
O Sheik de Agadir (Yoná Magalhães e Amilton Fernandes)
Mas a audiência global continuava a declinar, e em meados de 1969, a administração da TV Globo decide dispensar Glória Magadan, apesar dos grandes sucessos entre 1966 e 1967. Era preciso renovar, e a TV Globo apostava em uma renovação com o trabalho contemporâneo de Janete Clair.
Dispensada pela TV Globo, Glória Magadan consegue retornar à TV Tupi, onde escreveu a trama de E Nós, Aonde Vamos?, novela em que tentava mudar seu estilo, ao fazer uma trama atual. Após o fracasso de sua passagem pela TV Tupi, foi morar em Miami, lar de muitos de seus compatriotas exilados. Nos Estados Unidos, continuou com sua carreira como escritora, mas agora dando mais destaque aos livros e revistas.
Em 1996, Glória Magadan foi procurada pela Rede Manchete, que a queria escrevendo uma novela. A autora chegou a entregar um projeto chamado Homens Sem Mulher, mas as crises constantes na emissora cancelaram o projeto.
Dispensada pela TV Globo, Glória Magadan consegue retornar à TV Tupi, onde escreveu a trama de E Nós, Aonde Vamos?, novela em que tentava mudar seu estilo, ao fazer uma trama atual. Após o fracasso de sua passagem pela TV Tupi, foi morar em Miami, lar de muitos de seus compatriotas exilados. Nos Estados Unidos, continuou com sua carreira como escritora, mas agora dando mais destaque aos livros e revistas.
Em 1996, Glória Magadan foi procurada pela Rede Manchete, que a queria escrevendo uma novela. A autora chegou a entregar um projeto chamado Homens Sem Mulher, mas as crises constantes na emissora cancelaram o projeto.
Glória Magadan morreu em Miami no dia 27 de junho de 2001.
Telenovelas
- 1960 - Yo Compro Esa Mujer - (Telemundo - Porto Rico)
1960 - Yo Compro Esa Mujer (RCTV - Venezuela)
1964 - O Sorriso de Helena (TV Tupi - Supervisão)
1964 - Gutierritos, o Drama dos Humildes (TV Tupi - Supervisão)
1964 - Pecado de Mulher (TV Excelsior - Supervisão)
1965 - Teresa (TV Tupi - Supervisão)
1965 - O Cara Suja (TV Tupi - Supervisão)
1965 - A Outra (TV Tupi - Supervisão)
1965 - A Cor de Sua Pele (TV Tupi - Supervisão)
1965 - Paixão de Outono (TV Globo)
1965 - Um Rosto de Mulher (TV Globo - Supervisão)
1966 - Eu Compro Essa Mulher (TV Globo)
1966 - O Sheik de Agadir (TV Globo)
1966 - O Rei dos Ciganos (TV Globo - Supervisão)
1967 - A Sombra de Rebecca (TV Globo)
1967 - A Rainha Louca (TV Globo)
1967 - Anastácia, a Mulher Sem Destino (TV Globo - Supervisão)
1967 - Sangue e Areia (TV Globo - Supervisão)
1968 - O Santo Mestiço (TV Globo)
1968 - A Gata de Vison (TV Globo)
1968 - A Grande Mentira (TV Globo - Supervisão)
1968 - Passos dos Ventos (TV Globo - Supervisão)
1968 - Yo Compro Esa Mujer (Argentina)
1968 - Demian, O Justiceiro (TV Globo)
1969 - A Ultima Valsa (TV Globo)
1969 - Rosa Rebelde (TV Globo - Supervisão)
1969 - A Ponte dos Suspiros (TV Globo - Supervisão)
1969 - A Cabana do Pai Tomás (TV Globo - Supervisão)
1970 - E Nós, Aonde Vamos? (TV Tupi)
1972 - El Carruaje (A Rainha Louca) (Televisa - México)
1977 - Carolina (Eu Compro Essa Mulher) (RCTV - Venezuela)
1990 - Yo Compro Esa Mujer (Televisa - México)
1996 - Homens e Mulheres (Manchete - Projeto)