Gino Bianco
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LUIGI EMILIO
RODOLFO BERTETTI
(67 anos)
Piloto Automobilístico
* Turim, Itália (22/07/1916)
+ RJ (08/05/1984)-CANCER
 
Luigi Emilio Rodolfo Bertetti, conhecido como Gino Bianco, foi um piloto de automobilismo ítalo-brasileiro que pilotou uma Maserati para a equipe Escuderia Bandeirantes. Ele imigrou para o Brasil quando ainda era criança. Participou de quatro grandes prêmiosarrow-10x10.png de Fórmula 1, sendo seu melhor resultado a 18ª colocação no Grande Prêmio da Inglaterra de 1952.
 
De todos os 27 pilotos brasileiros que participaram de pelo menos um Grande Prêmio de Fórmula 1, Gino Bianco é certamente o menos conhecido. Até o começo dos anos 80, praticamente não se falava nele. Reportagens escritas por gente competente chegaram a ignorar seu nome ao mencionar os brasileiros que correram na Fórmula 1 nos anos 1950.
 
Na verdade, Gino Bianco não era brasileiro nato. Ele nasceu em Turim, na Itália, em 22/07/1916, e tinha 12 anos quando sua família mudou-se para o Brasil, mais precisamente para o Rio de Janeiro. Nunca pediu naturalização, mas ao longo de sua carreira se apresentava como brasileiro.
 
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Começou a trabalhar comomecânico de automóveis e depois abriu sua própria oficina. Ficava no número 35 da Rua Francisco Otaviano, que liga as praias de Copacabana e do Arpoador. Gino Bianco tinha 17 anos quando aconteceu a primeira corrida no Circuito da Gávea, em 1933. Seis anos depois, participou dela pela primeira vez, pilotando um Bugatti com motor Chrysler. No ano seguinte, pilotou um Fiat e abandonou por acidente. Mas desenvolveu amizade com outros pilotos e se manteve ligado ao automobilismo.
 
A Segunda Guerra Mundial, entretanto, paralisou o automobilismo em todo o mundo. O Brasil não foi exceção, ainda que algumas corridas ainda tivessem acontecido até o começo dos anos 1940, inclusive comcarros movidos a gasogênio.
 
A guerra acabou em 1945 e as corridas voltaram a acontecer. O autódromo de Interlagos, o primeiro do Brasil, havia sido inaugurado em 1940, mas o Rio de Janeiro tinha um automobilismo muito mais movimentado que o de São Paulo. Por isso, vários paulistas, inclusive Chico Landi, abriram oficinas na então capital federal. Nessa época, Gino Bianco venceu várias corridas, principalmente de subida de montanha, e firmou-se como um dos principais pilotos do automobilismo nacional.
 
Em 1947, disputou o Grande Prêmio de Interlagos, uma prova internacional para carros de Grand Prix, que reuniu vários pilotos brasileiros e estrangeiros. Pilotando uma Maserati, Gino Bianco terminou em terceiro lugar, atrás das Alfa Romeo deAcchile Varzi, o vencedorarrow-10x10.png, e Chico Landi, segundo colocado.
 
Em 1952, Chico Landi criou a Escuderia Bandeirantes, com três Maserati A6GCM, para disputar grandes prêmiosarrow-10x10.png na Europa. Gino Bianco acompanhou-o para ser um dos pilotos. Além dos dois brasileiros, a Escuderia Bandeirantes teve o uruguaio Heitel Cantoni e, em uma corrida, o argentino Alberto Crespo. Os carros dos brasileiros eram pintados de amarelo e tinham rodas verdes - era a pintura nacional exigida pela Fédération Internationale de l'Automobile (FIA). Não era uma equipe rica: inscreveu-se apenas em quatro GPs, às vezes com somente dois carros, e seu melhor resultado foi o 8º lugar de Chico Landi no Grande Prêmio da Itália.
 
Gino Bianco estreou no Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone. Fez o 28º tempo (havia 32 inscritos) e terminou em 18º entre 22 pilotos que terminaram a corrida. Este seria seu melhor resultado na Fórmula 1. Depois, ele abandonou os GPs da Alemanha (motor quebrado na primeira volta), Holanda (câmbio) e Itália (motor). Gino Bianco participou ainda de uma prova extra-campeonato, o Grande Prêmio do Autódromo, em Monza, onde também abandonou.
 
Depois do Grande Prêmio da Itália, o último de 1952, Gino Bianco voltou ao Brasil pelo mesmo motivo que impediu Chico Landi de correr com mais freqüência na Europa: dinheiro. Naqueles tempos em que patrocínio era algo praticamente desconhecido, a renda dos dois era assegurada pelas atividades nas respectivas oficinas.
 
Gino Bianco ainda disputou algumas corridas no Brasil em 1953. Depois disso, pouco se sabe dele. Viveu no Rio de Janeiro até morrer no dia 08/05/1984, vítima de complicações no esôfago.