Walter Hugo Khouri
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WALTER HUGO KHOURI
(73 anos)
Diretor de Cinema
* São Paulo, SP (21/10/1929)
+ São Paulo, SP (27/06/2003)
 
Walter Hugo Khouri foi um diretor de cinema brasileiro, filho de pai libanês e mãe italiana. Realizou 25 longas-metragens. Os filmes mostram personagens que buscam sentido para a existência angustiante. Khouri conquistou vários prêmios nacionais e internacionais.
 
Sua obra, influenciada por cineastas como Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, pelo jazz, por escritores como D. H. Lawrence e Albert Camus, e por filósofos como Espinoza, é bastante pessoal e homogênea, passada ao largo das formulações de fundo social do Cinema Novo, dentro de uma estética e de uma preocupação existencialistas mais assimiladas às cinematografias europeias doprimeiro mundo, o que lhe valeu não poucas críticas ao longo da carreira.
 
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Mesmo após a sua morte, o conjunto de seus 25 filmes divide opiniões. Uma parcela da crítica e do meio acadêmico o considera um verdadeiro mestre, detentor de uma marca autoral desenvolvida com domínio e talento. Às latentes observações de ausência de uma identidade cultural brasileira e afeita aos seus correspondentes movimentos artísticos, responde se tratar do reflexo do próprio cosmopolitismo característico de São Paulo, cidade onde Khouri nasceu e desenvolveu toda a sua carreira. Outra parte (notadamente influenciada pelosistema de pensamento antropofágico de Paulo Emílio Salles Gomes), por sua vez, ainda endossa os ataques perpetrados pelos membros do Cinema Novo, o vendo como um cineasta alienado política e esteticamente, um mero copiador e estetizador do trabalho de grandes diretores europeus e japoneses, cujas linhas-mestras soam deslocadas e inadequadas em um país marcado por contradições e com um processo histórico-cultural próprio, como é o Brasil (dentro desse raciocínio, Khouri é alçado como o mais fidedigno sucessor do projeto de cinema da antiga Vera Cruz, paradigma de estrangeirismo contra o qual também o Cinema Novo e o Teatro de Arena passam a combater na erupção de seus movimentos).
 
Já em termos mais técnicos, ao mesmo tempo em que sobram elogios à fotografia, à composição de quadro e à direção de arte de suas películas, igualmente não faltam críticas à direção de atores, à escrita dos diálogos, soados"artificiais" segundo alguns, e à condução arrastada de seus enredos.
 
O principal filme "Noite Vazia", realizado em 1964, que aborda quatro personagens, dois homens e duas prostitutas em conflito com suas vidas, tendo como pano de fundo a ascendente metrópole paulistana dos anos 60, o consagrou e até hoje é considerado o melhor longa, apresentando uma edição de fotografia magnífica e grandes atrizes.
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Walter Hugo Khoury e o crítico LG
Prêmios
 
Prêmio de Melhor Roteiro do Festival Internacional de Mar del Plata, pelo filme "Na Garganta do Diabo", em 1960.
Ganhou o Prêmio Saci dez vezes, nas categorias de argumentista, roteirista, diretor, produtor e montador, pelos filmes "O Estranho Encontro""Na Garganta do Diabo""O Gigante de Pedra""A Ilha","Noite Vazia""Corpo Ardente".
Prêmio Instituto Nacional de Cinema e Coruja de Ouro, como melhor diretor nos anos 1966, 1967 e 1972, pelos filmes "Corpo Ardente""As Amorosas" e "As Deusas".
Por doze vezes ganhou o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, como argumentista, roteirista, diretor e produtor, pelos filmes "O Estranho Encontro""Noite Vazia""O Corpo Ardente""A Ilha","Fronteiras do Inferno""Paixão e Sombras""O Último Êxtase""O Palácio dos Anjos" e "As Amorosas".
 
Prêmio Vittorio de Sica, no Festival de Sorrento, na Itália, em 1988, pelo conjunto da obra.
 
Menção Especial no Festival de Santa Margherita Ligure, pelo filme "Na Garganta do Diabo", em 1960.
 
Prêmio dos Jurados no Festival Internacional de Sitges, na Espanha, pelo filme "O Anjo da Noite", em 1974.
 
Por três vezes ganhou o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelos filmes "O Anjo da Noite" (1973), "O Último Êxtase" (1974) e"Eros, o Deus do Amor" (1981).
 
Prêmio Fábio Prado de Literatura para roteiros pelo filme "A Ilha".
 
Menção Honrosa na Semana Internacional de Cine en Color de Barcelona, pelo filme "As Deusas".
 
Por nove vezes ganhou o Prêmio Cidade de São Paulo, da municipalidade paulista, em diversas categorias e filmes, de 1958 a 1968.
 
Prêmio Governador do Estado de Melhor Argumento para o filme "Amor Voraz".
 
Prêmio Samburá no Fest-Rio Fortaleza, em 1989, pelo conjunto da obra.
 
Prêmio Oscarito da Fundação Cultural Banco do Brasil.
 
Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro do Ministério da Cultura pelo roteiro de "Paixão Perdida" 1994.
 
Prêmio Riofilme por "Paixão Perdida" 1995.
 
Premiação no Programa de Integração Cinema-TV/Co-Produção com a TV Cultura - "Paixão Perdida" 1996.
 
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Filmografia
 
 
2001 - As Feras (Filmado em 1998)
1999 - Paixão Perdida
1991 - Per Sempre
1987 - Mônica e a Sereia do Rio
1986 - Eu
1984 - Amor Voraz
1982 - Amor Estranho Amor
1981 - Eros, o Deus do Amor
1980 - Convite ao Prazer
1979 - O Prisioneiro do Sexo
1978 - As Filhas do Fogo
1977 - Paixão e Sombras
1975 - O Desejo
1974 - O Anjo da Noite
1973 - O Último Êxtase
1972 - As Deusas
1970 - O Palácio dos Anjos
1968 - As Amorosas
1967 - Corpo Ardente
1966 - As Cariocas
1964 - Noite Vazia
1962 - A Ilha
1959 - Na Garganta do Diabo
1959 - Fronteiras do Inferno
1958 - Estranho Encontro
1953 - O Gigante de Pedra