Barbosa
Gilmar e Barbosa
(79 anos)
Goleiro
* Campinas, SP (27/03/1921)
+ Santos, SP (07/04/2000)
Moacir Barbosa Nascimento, mais conhecido como Barbosa, foi um futebolista brasileiro que atuava como goleiro.
Embora tenha sido considerado um dos maiores goleiros de sua época, Barbosa é mais lembrado por sua participação na derrota da Seleção Brasileira na final da Copa do Mundo de 1950, contra o Uruguai, em particular pelo segundo gol uruguaio, marcado por Alcides Ghiggia.
Barbosa foi um goleiro seguro e elástico, dotado de excelente senso de colocação, que jamais temeu mergulhar nos pés dos adversários. Barbosa começou a carreira como ponta-esquerda no extinto Comercial da Capital, mas transferiu-se já como goleiro ao CA Ypiranga do São Paulo. Suas ótimas atuações no clube, por onde jogou por três anos, atraíram a atenção do Club de Regatas Vasco da Gama, que o contratou em 1945, substituindo o goleiro Rodrigues. Ele só iria conseguir a vaga de titular em 1946, permanecendo dono da posição até meados de 1956.
Gilmar e Barbosa
Barbosa entrou em um momento muito especial do Vasco da Gama, que na época montava um de seus maiores times, o chamado Expresso da Vitória. Pelo clube, ganhou os Cariocas de 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958. Teve também ativa participação na conquista do Campeonato Sul-Americano de Campeões, precursor da atual Libertadores da América, em 1948.
Barbosa também jogou pelo Santa Cruz Futebol Clube de Recife e os clubes Bonsucesso Futebol Clube e Campo Grande Atlético Clube do Rio de Janeiro. Foi bicampeão brasileiro pela Seleção Carioca em 1950 e campeão sul-americano pela Seleção Brasileira em 1949.
Titular inquestionável na Seleção Brasileira, Barbosa teve o ponto baixo de sua carreira na Copa do Mundo de 1950. O Brasil só precisaria de um empate para sagrar-se pela primeira vez campeão mundial. A partida estava 1 a 1, até que o ponta uruguaio Alcides Ghiggia recebeu a bola na área, e fingindo que iria lançar, chutou no canto esquerdo do gol. Barbosa, pego de surpresa, acabou chegando atrasado, numa das poucas falhas de sua carreira. No final, o Uruguai acabou sendo o campeão. Barbosa foi feito de bode expiatório e acusado como o culpado pela derrota.
Em 1953, num jogo contra o Botafogo pelo Torneio Rio-São Paulo, teve a perna quebrada num choque com o atacante Zezinho. Em princípio, teve uma grande depressão e somente se recuperou quando o Hospital dos Acidentados começou a fazer filas para os torcedores que desejavam visitá-lo. Mesmo depois do desastre na Copa do Mundo de 1950, Barbosa sentiu o quanto ainda era querido pela torcida carioca.
Quando se aposentou dos gramados, passou a trabalhar como funcionário da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (SUDERJ), no Maracanã. Inclusive o então técnico Zagallo foi acusado de barrá-lo na concentração da Seleção Brasileira, as vésperas de um jogo no país, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1998. A razão: considerado pé frio.
Barbosa morreu no dia 7 de abril de 2000 em Santos, SP.
A respeito de Barbosa, assim escreveu o cronista Armando Nogueira:
"Certamente, a criatura mais injustiçada na história do futebol brasileiro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mão trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 50, caiu-lhe como uma maldição. E quanto mais vejo o lance, mais o absolvo. Aquele jogo o Brasil perdeu na véspera."
(Armando Nogueira)
Frases antológicas que Barbosa falou por diversas vezes por conta do incidente na Copa do Mundo de 1950:
"A pena máxima no Brasil é de 30 anos, mas pago há 50 por um crime que não cometi"
"Vi aquele lance um milhão de vezes"
"Queria mesmo é me enfiar num buraco"
"A pena máxima no Brasil é de 30 anos, mas pago há 50 por um crime que não cometi"
"Vi aquele lance um milhão de vezes"
"Queria mesmo é me enfiar num buraco"
Curiosidades
Em 1988 ele foi o tema do curta-metragem Barbosa, em que um homem (Antônio Fagundes) volta no tempo para tentar evitar o segundo gol do Uruguai na final da Copa de 1950.