FERNANDO PAMPLONA - Carnavalesco - RJ - Virgem
FERNANDO PAMPLONA
(87 anos)
Carnavalesco, Cenógrafo, Professor, Produtor e Apresentador de TV
* Rio de Janeiro, RJ (28/09/1926)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/09/2013)
Fernando Pamplona foi um carnavalesco, cenógrafo, professor, produtor e apresentador de TV, considerado um dos mais importantes nomes do carnaval carioca.
Considerado o "pai de todos" os carnavalescos do Rio de Janeiro, o artista fez história no desfile das escolas de samba a partir dos anos 60, quando introduziu os enredos afros nos desfiles, e colocou o Salgueiro no patamar das grandes agremiações cariocas. Foi o líder de uma geração de carnavalescos que brilhou nos anos seguintes em várias escolas: Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Renato Lage, Maria Augusta, dentre outros.
Após a Revolução de 1930, foi, com o pai, morar na cidade de Xapuri, no Acre, onde cursou o ensino primário. Ainda criança, teve contato com diversas manifestações folclóricas da região, como a festa do boi-bumbá, o que foi crucial para lhe despertar um grande interesse por cultura popular.
Formado pela Escola Nacional de Belas Artes, teve uma rápida passagem como ator até conhecer Mário Conde em meados da década de 50, que lhe abriu as portas para a cenografia.
Em 1959, o escritor Miercio Tati, membro do então Departamento de Turismo e Certames da Prefeitura, hoje Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S.A. (Riotur), o chamou para integrar o corpo de jurados dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Embora tenha assumido o cargo com dedicação, apenas uma, entre todas as agremiações, deixou Fernando Pamplona realmente extasiado. Trata-se do GRES Acadêmicos do Salgueiro, que, naquele ano, havia inovado por completo os padrões do carnaval carioca ao jogar para o alto os habituais enredos de capa-e-espada (sobre políticos ou militares) trazidos pelas escolas e abraçou uma temática sobre o pintor francêsJean-Baptiste Debret. Tal tema, denominado "Viagem Pitoresca E Histórica Ao Brasil", fora elaborado pelos figurinistas Dirceu e Marie Louise Nery, e o Salgueiro fez uma apresentação revolucionária e inesquecível. Fernando Pamplona deu nota 8 à agremiação, que somente perdeu por um ponto da Portela.
Foi ele um dos poucos jurados a defender, sem medo, sua avaliação sobre os desfiles, o que surpreendeu o diretor de carnaval do Salgueiro, Nelson de Andrade. A diretoria da escola, por intermédio de Nelson de Andrade, o convidou para preparar desfile salgueirense para o carnaval de 1960 e Fernando Pamplona aceitou o pedido com a condição de fazer um enredo sobre Zumbi dos Palmares.
Pela primeira vez, a vida de uma personagem não-oficial da história do Brasil era retratada por uma agremiação. Chamou seus colegas de teatro, Arlindo Rodrigues e Nilton Sá, e acabou se tornando, por fim, um carnavalesco de escola de samba. No Salgueiro conquistou quatro títulos, foi vice outras três vezes.
Botafogo e Salgueiro
Tão botafoguense quanto salgueirense, Fernando Pamplona foi a síntese de um Rio de Janeiro multi-diverso, pleno de referências, de pulsação cultural, mesclando referências eruditas e populares.
"Ao contrário do artista comum, que se comove diante de uma catedral gótica, ele descobriu que a sua catedral era feita de carne e sangue, de suor e prazer, de riso e lágrima em forma de povo", descreveu o escritor Carlos Heitor Cony, que assinou a orelha da biografia.
Carnavais Que Assinou no G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro
• 1960 - Quilombo dos Palmares - Campeão
• 1961 - Vida e Obra do Aleijadinho
• 1965 - História do Carnaval Carioca - Eneida (Com Arlindo Rodrigues) - Campeão
• 1967 - História da Liberdade no Brasil (Com Arlindo Rodrigues)
• 1968 - Dona Beja, Feticeira de Araxá
• 1969 - Bahia de Todos os Deuses (Com Arlindo Rodrigues) - Campeão
• 1970 - Praça Onze: Carioca da Gema
• 1971 - Festa Para um Rei Negro (Com Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Maria Augusta) - Campeão
• 1972 - Nossa Madrinha, Mangueira Querida
• 1977 - Do Cauim Ao Efó, Moça Branca, Branquinha
• 1978 - Do Yorubá à Luz, a Aurora dos Deuses
Morte
Fernando Pamplona morreu na manhã de domingo, 29/09/2013, em sua casa, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, um dia após completar 87 anos. O salgueirense foi vítima de um câncer e havia deixado o Hospital São Lucas na quarta-feira, 25/09/2013.
Fernando Pamplona foi enterrado no final da tarde de domingo, 29/09/2013, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Fernando Pamplona empresta seu nome a biblioteca do Centro de Referência do Carnaval, a única do gênero no Brasil.
Era casado com a ex-bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Zeni, 84 anos, desde 1952. Fernando Pamplona deixa duas filhas, Consuelo, 57 anos, e Eneida, 53 anos.
FERNANDO PAMPLONA
(87 anos)
Carnavalesco, Cenógrafo, Professor, Produtor e Apresentador de TV
* Rio de Janeiro, RJ (28/09/1926)
+ Rio de Janeiro, RJ (29/09/2013)
Fernando Pamplona foi um carnavalesco, cenógrafo, professor, produtor e apresentador de TV, considerado um dos mais importantes nomes do carnaval carioca.
Considerado o "pai de todos" os carnavalescos do Rio de Janeiro, o artista fez história no desfile das escolas de samba a partir dos anos 60, quando introduziu os enredos afros nos desfiles, e colocou o Salgueiro no patamar das grandes agremiações cariocas. Foi o líder de uma geração de carnavalescos que brilhou nos anos seguintes em várias escolas: Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães, Renato Lage, Maria Augusta, dentre outros.
Após a Revolução de 1930, foi, com o pai, morar na cidade de Xapuri, no Acre, onde cursou o ensino primário. Ainda criança, teve contato com diversas manifestações folclóricas da região, como a festa do boi-bumbá, o que foi crucial para lhe despertar um grande interesse por cultura popular.
Formado pela Escola Nacional de Belas Artes, teve uma rápida passagem como ator até conhecer Mário Conde em meados da década de 50, que lhe abriu as portas para a cenografia.
Em 1959, o escritor Miercio Tati, membro do então Departamento de Turismo e Certames da Prefeitura, hoje Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S.A. (Riotur), o chamou para integrar o corpo de jurados dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Embora tenha assumido o cargo com dedicação, apenas uma, entre todas as agremiações, deixou Fernando Pamplona realmente extasiado. Trata-se do GRES Acadêmicos do Salgueiro, que, naquele ano, havia inovado por completo os padrões do carnaval carioca ao jogar para o alto os habituais enredos de capa-e-espada (sobre políticos ou militares) trazidos pelas escolas e abraçou uma temática sobre o pintor francêsJean-Baptiste Debret. Tal tema, denominado "Viagem Pitoresca E Histórica Ao Brasil", fora elaborado pelos figurinistas Dirceu e Marie Louise Nery, e o Salgueiro fez uma apresentação revolucionária e inesquecível. Fernando Pamplona deu nota 8 à agremiação, que somente perdeu por um ponto da Portela.
Foi ele um dos poucos jurados a defender, sem medo, sua avaliação sobre os desfiles, o que surpreendeu o diretor de carnaval do Salgueiro, Nelson de Andrade. A diretoria da escola, por intermédio de Nelson de Andrade, o convidou para preparar desfile salgueirense para o carnaval de 1960 e Fernando Pamplona aceitou o pedido com a condição de fazer um enredo sobre Zumbi dos Palmares.
Pela primeira vez, a vida de uma personagem não-oficial da história do Brasil era retratada por uma agremiação. Chamou seus colegas de teatro, Arlindo Rodrigues e Nilton Sá, e acabou se tornando, por fim, um carnavalesco de escola de samba. No Salgueiro conquistou quatro títulos, foi vice outras três vezes.
Botafogo e Salgueiro
Tão botafoguense quanto salgueirense, Fernando Pamplona foi a síntese de um Rio de Janeiro multi-diverso, pleno de referências, de pulsação cultural, mesclando referências eruditas e populares.
"Ao contrário do artista comum, que se comove diante de uma catedral gótica, ele descobriu que a sua catedral era feita de carne e sangue, de suor e prazer, de riso e lágrima em forma de povo", descreveu o escritor Carlos Heitor Cony, que assinou a orelha da biografia.
Carnavais Que Assinou no G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro
• 1960 - Quilombo dos Palmares - Campeão
• 1961 - Vida e Obra do Aleijadinho
• 1965 - História do Carnaval Carioca - Eneida (Com Arlindo Rodrigues) - Campeão
• 1967 - História da Liberdade no Brasil (Com Arlindo Rodrigues)
• 1968 - Dona Beja, Feticeira de Araxá
• 1969 - Bahia de Todos os Deuses (Com Arlindo Rodrigues) - Campeão
• 1970 - Praça Onze: Carioca da Gema
• 1971 - Festa Para um Rei Negro (Com Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta e Maria Augusta) - Campeão
• 1972 - Nossa Madrinha, Mangueira Querida
• 1977 - Do Cauim Ao Efó, Moça Branca, Branquinha
• 1978 - Do Yorubá à Luz, a Aurora dos Deuses
Morte
Fernando Pamplona morreu na manhã de domingo, 29/09/2013, em sua casa, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, um dia após completar 87 anos. O salgueirense foi vítima de um câncer e havia deixado o Hospital São Lucas na quarta-feira, 25/09/2013.
Fernando Pamplona foi enterrado no final da tarde de domingo, 29/09/2013, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Fernando Pamplona empresta seu nome a biblioteca do Centro de Referência do Carnaval, a única do gênero no Brasil.
Era casado com a ex-bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Zeni, 84 anos, desde 1952. Fernando Pamplona deixa duas filhas, Consuelo, 57 anos, e Eneida, 53 anos.