CLÁUDIO MAMBERTI - Ator - Santos - SP - Libra
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Ator

* Santos, SP (09/10/1940)
+ São Paulo, SP (19/09/2001)

Foi um ator brasileiro de cinema, teatro e televisão. Foi diretor do Sindicato dos Artistas e Técnicos de São Paulo, junto com Lélia Abramo, Renato Consorte, Dulce Muniz e Robson Camargo.

Ao longo de 40 anos de carreira, comemorados em 2000 com a peça "O Homem do Caminho", de Plínio Marcos, Cláudio Mamberti trabalhou em teatro e televisão, mas foi sobretudo no cinema que deixou registrado seu grande talento.

Ele estreou profissionalmente em Santos, na década de 50, depois de um breve contato com Patrícia Galvão, a Pagu, que dirigia um grupo de teatro. Sua estréia profissional foi em São Paulo, na peça Antígone América, de Carlos Henrique Escobar, dirigida por Antonio Abujamra, onde contracenou pela primeira vez com o irmão, Sérgio Mamberti.

Algumas de suas atuações mais elogiadas estão em "Barrela", o filme de Marco Antonio Cury baseado na peça de Plínio Marcos, e em "Kuarup", de Ruy Guerra, adaptado do romance de Antonio Callado. Mamberti trabalhou também em "Cidade Oculta", de Chico Botelho, em "O Quatrilho", de Fábio Barreto e em "Baile Perfumado", de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, entre outras produções.

No teatro, Claudio participou de grandes encenações nos anos 60, como "O Balcão", de Jean Genet, e "Cemitério de Automóveis", ambas dirigidas por Victor Garcia. Nos anos 70, esteve nos elencos de "Gota d'Água", de Chico Buarque e Paulo Pontes, e "Ópera do Malandro", de Chico Buarque, dirigida por Luiz Antonio Martinez Correa. Atuou sob a direção de outros nomes consagrados nos anos 80, como Moacyr Góes ("Romeu e Julieta") e Ulisses Cruz ("Encontrar-se", de Pirandello).

Na televisão, Mamberti participou das produções "A Viagem", "O Tempo e O Vento" e "O Primo Basílio", da Globo; e das novelas "Helena" e "Tocaia Grande", da rede Manchete, entre outros trabalhos.

Em comum com muitos artistas de sua geração, Claudio Mamberti tinha grande compromisso com a cidadania e interesse pela política. Nutria igual apreço por idéias libertárias e histórias divertidas da cultura do "desbunde", dos anos 60. Na casa onde vive até hoje seu irmão, Sérgio, na Rua dos Ingleses, no Bixiga, conviveu com idéias fervilhantes e personagens carismáticas, como Judith Malina e Julien Beck, do grupo inglês Living Theatre.

Filmografia

2001 - Sonhos Tropicais
2000 - Minha Vida em Suas Mãos
1999 - Tiradentes (filme)
1998 - Amor & Cia
1998 - Policarpo Quaresma, Herói do Brasil
1997 - Baile Perfumado
1997 - For All - O Trampolim da Vitória
1997 - Miramar
1997 - O Cangaceiro
1996 - O Guarani
1995 - O Quatrilho
1994 - Mil e Uma
1994 - Sábado (filme)
1990 - Lua de cristal
1990 - Beijo 2348/72
1990 - Inspetor Faustão e o Mallandro
1990 - Vai Trabalhar, Vagabundo II - A Volta
1990 - Sua Excelência, o Candidato
1990 - Assim Na Tela Como No Céu
1989 - Kuarup
1989 - Barrela: Escola de Crimes
1988 - O Escorpião Escarlate
1987 - Anjos da Noite
1986 - Cidade Oculta
1985 - Real Desejo
1985 - Avaeté - semente da vingança
1983 - Janete
1982 - Um Casal de Três
1982 - Noites Paraguaias
1982 - As Safadas
1976 - Dona Flor e Seus Dois Maridos
1976 - Luz, Cama, Ação!
1972 - Vozes do Medo
1970 - Orgia (inacabado)
1970 - República da Traição

Espetáculos

Antígone América (São Paulo - 1960)
A Farsa do Mestre Patelin (São Paulo - 1964)
A Pena e a Lei (São Paulo - 1964)
O Rei Devasso (1984)

Helvécio Ratton, que o dirigiu em "Amor & Cia", em 1997, exprimiu assim sua importância: "Nós perdemos mais do que um ator. Perdemos um quadro do cinema brasileiro". O último trabalho de Mamberti em cinema foi no documentário de Paulo Thiago "O Poeta das Sete Faces", sobre Carlos Drummond de Andrade. Segundo Thiago, que o dirigiu também em "Policarpo Quaresma", Mamberti tinha a capacidade de transformar pequenos papéis em grandes presenças. "Ele era como Gene Hackman, por exemplo, que durante muitos brilhou em papéis secundários", compara.

Claudio Marberti morreu, aos 60 anos, em São Paulo, no Hospital Sírio Libanês, onde estava internado havia um mês e meio, com problemas respiratórios. Claudio foi casado duas vezes e deixou dois filhos, Caio e Tomás, e um neto, Rafael.

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