O reflexo no espelho

A inconstância não é algo tão incomum. Mais do que isso, ela não é tão ruim assim. O fato de olhá-la de canto de olho, receosa das conseqüências desse encontro, não diminui sua grandeza. É pura e simplesmente nesse intrínseco momento que se dá o real crescimento de nossas vidas.

Metamorfose. Acreditaria fatalmente em meus pais se me dissessem que crescer demora anos. O amadurecimento vem com o tempo? Ainda que eu, em uma tentativa desinteressada, seja obrigada a crer em todas essas teorias ilusórias não me culpo pelas dúvidas que tenho. Elas são as respostas mais livres de que tenho conhecimento e, provavelmente, continuarão comigo pelo resto de minha vida.

Essa falta de sentido vai me acompanhar por onde seguir meu caminho. E mesmo meses depois, sinto esse turbilhão de perguntas das quais sei a resposta - eu sei? - e insisto em ignorá-las. O novo faz isso com a gente. Que covardia!

Como dizem os Engenheiros, ‘agora sinto um medo infantil, mas na hora certa afundaremos o navio’. Enquanto minha consciência, essa minha massa fálica pensante, não se decide por enfrentar meus conflitos sigo sem saber de fato quem sou. Porém, me contento com as letras, a mágica traduzida em palavras que me decifra e esconde nas entrelinhas o que nego contar a mim mesma.