HUMBERTO DE CAMPOS

HUMBERTO DE CAMPOS

Humberto de Campos (1866-1934) nasceu no interior do Maranhão e teve a infância melancólica de um menino pobre que perdeu o pai muito cedo. Iniciou-se nas profissões mais humildes, tendo sido caixeiro de venda, lavador de garrafas, aprendiz de tipógrafo. Assim, andou por S. Luís e depois pela Amazônia, embarcando finalmente para o Rio. A publicação de algumas crônicas, poemas e artigos na imprensa carioca projetaram-lhe o nome e o integraram na melhor roda literária do tempo, aquela onde pontificavam Bilac e Coelho Neto. Poucos anos depois Humberto de Campos ingressa na Academia Brasileira e se torna, através de alguns contos fesceninos que publica em uma série de livros, escritor de grande público. Os anos, porém, e principalmente a moléstia que o fez sofrer tanto nos últimos tempos da vida, fizeram-no dar uma guinada em sua vida literária. O antigo Conselheiro XX, autor de tantas páginas maliciosas, transforma-se no cronista mais lido do país, um cronista que diariamente analisava os fatos comuns da vida e as tragédias e os dramas de que a cidade grande está cheia, com uma compreensão profundamente humana. Sua prosa viva, ágil, colorida, abordando os assuntos diretamente, trouxe-lhe um publico vastíssimo. Simultaneamente publica o seu famoso e belo livro de Memórias, redige para um dos grandes jornais do Rio um rodapé de crítica, em tudo se revelando um admirável prosador.

A revolução de 30 alija-o do Congresso, onde na Câmara dos Deputados representava o seu Estado. E Humberto de Campos, a quem a moléstia deformante colhe logo depois, passa a viver exclusivamente das letras, publicando três e quatro artigos diários. Desenvolve uma assombrosa atividade literária e jornalista, e a morte vem busca-lo nesse afã doloroso, em meio à consternação geral do país, voltado para o seu sofrimento.

Poeta, crítico, ensaísta, Humberto de Campos foi principalmente cronista. De contos deixou-nos apenas um volume – O Monstro e Outros Contos – embora muitas páginas de seus numerosos volumes de crônicas sejam, pelo ritmo da narrativa e pela fabulação, autênticos contos.

MARAVILHAS DO CONTO BRASILEIRO – INTRODUÇÃO E NOTAS DE FERNANDO GÓES

FERNANDO GÓES
Enviado por Pedro Prudêncio de Morais em 16/10/2012
Código do texto: T3935830
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