Lágrimas
Daniel Piza tinha um blog. Resolvi visitá-lo. Sua última postagem foi no dia 28 de dezembro do ano passado. Ali ele escreveu: Inté. Parada de fim de ano. Volto no dia 11. Feliz 2012 para todos nós. O relógio marcava sete horas, cinqüenta e sete minutos e cinco segundos.
Na frente de seu nome, em letras brancas sobre tarja preta as datas que marcaram o princípio e o fim; * 1970 + 2011.
Dois dias antes ele escrevera o texto Lágrimas onde chora as mortes do final do ano: Sérgio Britto, Joãosinho Trinta, Cesária Évora e Christopher Hitcher. Ainda bem que ele não sabia então, que em cinco dias quem estaria morto seria ele.
Não chorei sua morte, eu não o conhecia, não sabia que existia. Hoje eu me aproprio do seu título para prestar minha homenagem a esse jovem tão promissor que partiu tão cedo.
Descobri a existência de Daniel lendo duas crônicas de Rosana de Almeida, no RL - Triste Fim de 2011 e Uma lágrima – adendo. Fiz uma rápida pesquisa e ainda motivada apenas pela tristeza de Rosana, resolvi comprar um dos livros de Daniel – Contemporâneo de Mim, uma apanhado de dez anos da coluna Sinopse. Hoje estou terminando a leitura do livro, que ridiquei a mim mesma, desde abril, para que demorasse a acabar.
Daniel Piza, paulistano e corintiano fanático, formou-se em Direito na USP, nunca exerceu a profissão. Trabalhou em vários jornais, especialmente no Estadão. Autor e organizador de vários livros, roteirista, radialista, artista plástico, casado, pai de três filhos, um homem de inteligência brilhante, dono de uma cultura diversificada, capaz de escrever sobre os mais variados temas de forma lúcida e bem argumentada. Merece as minhas lágrimas mesmo que sejam secas e se denunciem pelo nó na garganta ao escrever esse texto em sua homenagem. Achei um desperdício a sua morte porque ele ainda tinha muito a dizer para que esse mundo se tornasse um pouquinho melhor. Mas quem sou eu para discutir com o Senhor de Todos os Tempos? Certamente estavam precisando de gente como ele no Mundo Superior.
(Para Rosana de Almeida)
Daniel Piza tinha um blog. Resolvi visitá-lo. Sua última postagem foi no dia 28 de dezembro do ano passado. Ali ele escreveu: Inté. Parada de fim de ano. Volto no dia 11. Feliz 2012 para todos nós. O relógio marcava sete horas, cinqüenta e sete minutos e cinco segundos.
Na frente de seu nome, em letras brancas sobre tarja preta as datas que marcaram o princípio e o fim; * 1970 + 2011.
Dois dias antes ele escrevera o texto Lágrimas onde chora as mortes do final do ano: Sérgio Britto, Joãosinho Trinta, Cesária Évora e Christopher Hitcher. Ainda bem que ele não sabia então, que em cinco dias quem estaria morto seria ele.
Não chorei sua morte, eu não o conhecia, não sabia que existia. Hoje eu me aproprio do seu título para prestar minha homenagem a esse jovem tão promissor que partiu tão cedo.
Descobri a existência de Daniel lendo duas crônicas de Rosana de Almeida, no RL - Triste Fim de 2011 e Uma lágrima – adendo. Fiz uma rápida pesquisa e ainda motivada apenas pela tristeza de Rosana, resolvi comprar um dos livros de Daniel – Contemporâneo de Mim, uma apanhado de dez anos da coluna Sinopse. Hoje estou terminando a leitura do livro, que ridiquei a mim mesma, desde abril, para que demorasse a acabar.
Daniel Piza, paulistano e corintiano fanático, formou-se em Direito na USP, nunca exerceu a profissão. Trabalhou em vários jornais, especialmente no Estadão. Autor e organizador de vários livros, roteirista, radialista, artista plástico, casado, pai de três filhos, um homem de inteligência brilhante, dono de uma cultura diversificada, capaz de escrever sobre os mais variados temas de forma lúcida e bem argumentada. Merece as minhas lágrimas mesmo que sejam secas e se denunciem pelo nó na garganta ao escrever esse texto em sua homenagem. Achei um desperdício a sua morte porque ele ainda tinha muito a dizer para que esse mundo se tornasse um pouquinho melhor. Mas quem sou eu para discutir com o Senhor de Todos os Tempos? Certamente estavam precisando de gente como ele no Mundo Superior.
(Para Rosana de Almeida)