ARTHUR MILLER
O mestre indiscutível do drama moderno
Quando recebeu, em 2002, o prêmio espanhol Príncipe das Astúrias de Letras, uma renomada honraria a escritores que se destacam em todo o mundo, o dramaturgo americano Arthur Miller foi classificado como “o mestre indiscutível do drama moderno”. O título se justifica porque, em pleno período de efervescência do teatro nos EUA, com o fortalecimento da Broadway e do circuito off-Broadway, Miller foi o primeiro grande nome, autor de pelo menos dois grandes clássicos do teatro moderno: “A morte do caixeiro viajante” (1949) e “Panorama visto da ponte” (1955).
Nascido em Nova Iorque, em 17 de outubro de 1915, Arthur Miller era filho de um casal de imigrantes poloneses. O pai conseguiu fortuna como empresário do setor têxtil, mas, na Grande Depressão, de 1929, ficou arruinado, perdendo o patrimônio que havia conquistado. Ainda assim, Arthur Miller conseguiu chegar à Universidade de Michigan, onde se formou em Jornalismo e iniciou a carreira teatral.
O reconhecimento veio a partir de sua quarta peça, “A morte do caixeiro viajante”, tão inovadora ao criticar a sociedade contemporânea, que alcançou uma até então inédita unanimidade – foi vencedora do prêmio Pulitzer, de três prêmios Tony (o Oscar do teatro norte-americano) e do Circuito de Críticos de Arte de Nova Iorque. É, até hoje, seu texto mais encenado, dentre os 22 que escreveu.
Nos anos 1950, Arthur Miller seguiu a carreira como o mais prestigiado autor de seu país (rivalizando apenas com Tenesse Williams), apresentando “As bruxas de Salém”, em 1953, e o também premiado “Panorama visto da ponte”, em 1955, entre outros. No entanto, o escritor passou por grande turbulência na vida pessoal. Durante a Guerra Fria, Miller foi denunciado por seu antigo amigo Elia Kazan como participante de reuniões do Partido Comunista e foi obrigado a depor no Comitê Parlamentar das Atividades Antiamericanas. Chegou a ser condenado à prisão por se negar a revelar os nomes de outras pessoas do circuito literário que faziam parte das reuniões.
Em 1956, após se separar da primeira mulher, Miller casou-se com Marilyn Monroe, o verdadeiro fenômeno do cinema na época. A união durou até 1961. A partir dos anos 60, com “Depois da queda” (1964), Arthur Miller continuou sua bem sucedida atividade como dramaturgo e teve várias obras adaptadas para o cinema. Morreu em 10 de fevereiro de 2005, vítima de insuficiência cardíaca, em Roxybury, Connecticut.
(Parte da coletânea GENTE DE TEATRO, de William Mendonça. Direitos reservados.)
(Parte da coletânea GENTE DE TEATRO, de William Mendonça. Direitos reservados.)