Raimundo Martins da Costa - IÔZINHO
Iôzinho – 1924 a 1992

 

Raimundo Martins da Costa, simplesmente IÔZINHO, nasceu em Correntina – BA., no dia 20 de setembro de 1924, filho enteado de Valderina Coimbra Costa - Vivi, que assumiu sua maternidade aos oito anos de idade, quando a pequena notável correntinense casou-se  com o viúvo Rafael Martins da Costa, um próspero comerciante local.
 
IOZINHO foi o grande referencial da cultura na região do oeste baiano; ainda criança já promovia pequenas festas e encenação teatral entre os amigos e amigas, como Vanderlina Alves, Dona Vandinha. Estudou em Santa Maria da VItória, sob a orientação educacional da Profa. Rosa Magalhães, onde aperfeiçoara seus dons artisticos, deixando já naquela época, o seu nome registrado entre os contemporâneos que se destacavam no cenário artistico da cidade. Iôzinho foi o fenomeno das artes que se dedicou de forma exclusiva a Sta Maria da VItória e Correntina, tendo como palco de seu sucesso, a cidade de Santa dos Bejos, foi a cidade da região onde mais fez sucessos, suas peças teatrais. A cidade que até foi outro palco onde os aplausos foram intensos, porém sua trajetória artisticas, sua Compania de Teatro se estendeu por quase todo oeste baiano, chegando a Capital do Brasil e a Capital Goiana e a cidade de Pesso, onde fizera três apresentações, numa inesquecível excursão estudantil do Educandário São José a esses locais, no finalzinho da década de 60.

 O talento e simplicidade com que promovia, organizava, criava, cantava, fizera de IOZINHO um referencial artistico incomparável de todas as épocas, na história da pequena cidade de Correntina, onde antes dele se destacava Aldegundes Joaquim de Araújo, Hélvecio Rocha, Pedro Alexandrino Moreira Guerra. Os principais atores que compunha sua equipe teatral eram Claudionou Rocha, Ena Rocha, Ir. Zélia Brandão, Oswaldo Barbosa, Mirian Araújo, Helenilde Guerra, Alvaro do Socorro, Claudio Santos, Clarice Santos, Teófilo Guerra os filhos Flamarion Antõnio e Javan Carlos e outros.

Ao mudar para Santa Maria da Vitória, em decorrência da transferência da Codevasf, onde era Servidor Público, levanou o teatro, agitando o velho clube 2 de julho, desativada por falta de atividades artistica e entre jovens e velhos atores, trouxe a cena nome Wilson Barros e Pedro Mariano, Esmeralda Queiroz e dezenas de novos discipulos.. Seus eventos lotavam os salões de festas e os auditórios;  movia a cidade em torno de suas artes, onde elas fossem apresentadas. No fim da decada de sua equipe teatral excurcionou pelo Centro Oeste, Goiânia, Brasília e Posse, com a pena Almas do Outro Mundo.


Iozinho era o diretor e produtor teatral limitado em recursos e patrocinio, este quase inesistente por parte dos comercio local. As vezes a prefeitura, quando se achava  intesses pessoal no evento e na maioria das vezes, o Educandário São José e a Paróquia Nossa Senhora da Glória eram os grandes patrocinadores dos eventos, cuja renda era destinada para as atividades afins, educacional e religiosa. Um tempo em que a comunicação andava pelas ondas do rádio e que a literatura tinha diversas barreiras para transpor e chegar as mãos dos leitores. Estradas, preconceitos, custos... fizera de Iôzinho também   o escritor, além de ator que se destacava  nos papéis principais, do vilão ao  galã, do mocinho ao o bandido. Ele era o personagem que fazia vibrar o público que sempre queria ve-lo em ação, principalmente fazendo par romantico com a inimitável Clarisse Santos, a diva do teatro correntinense.

Quando não brilhava no palco, era o mestre que por trás dos bastidores dirigindo seus discipulos aprendizes de teatro. Iôzinho era sem dúvida alguma,  a estrela que brilhava intensamente, fosse cantando, declamando Teófilo Guerra, Castro Alves, ou  Ruy Barbosa, ou traduzindo para o palco obras da literatura brasileira e da biblia sagrada.

Ainda garoto aprendera a profissão de alfaiate, profissão que em Correntina ou Santa Maria teve escola, que preparava jovens para emprego na grande São Paulo e Goiânia, para onde centenas de nossos jovens partiam para construí a vida. 

O casamento por volta de 1947/48 impuseram mudanças drásticas de vida; mesmo com o hábito do apoio das familias, que se faziam presente da educação e alimentação. Após o casamento os filhos nasciam de ano em ano e o comum era seis, sete, dez, douze filhos. Depois da metade dos anos 60, algumas tentativas de emprego 
em Brasília e Mato Grosso,  mas nada deu certo teve que retornar a Correntina onde a sorte o aguardava, não sei os detalhes, mas a influencia politica do velho sogre, Major Feliz Joaquim de Araújo e seu filho Dr. Lauro Joaquim de Araújo, contribuira pra que Ele  se tornara servidor público da extinta Comissão do Vale do São Francisco, hoje Codevasf, pela qual se aposentara.

Iozinho também era musico, clarinetista da Filamonica Municipal e esta era a segunda maior atividade dos jovens de então, a musica
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Iozinho o cartola. Suas agremiações esportivas as mais bem estruturas do oeste baiano. O Ipiranga (60) Palmeiras e Cruzeiro, (70) que tinha no filho Javan Carlos, o atacante artilheiro. Em Santa Maria da Vitória deixou marcas memorávies nos jovens adolescentes, quando fundou a Associação Esportiva Castro Alves, onde seu filho Italo Ipojucan (Itinho) era o meia esquerda respeitado. Organizou e dirigiu grandes eventos culturais, populares, como cavalhadas, festas do Divino, Rosário, São João, Natais, sendo seus presépios um dos mais visitados e admirados no período natalinol!

Iôzinho só não foi político porque nunca quiz ser político, entretanto foi o orador mais  brilhante e disputado nas campanhas eleitorais; era um cabo eleitoral que fazia a diferença, quando discursava por um candidato. Entre os locutores dos serviços de alto-falantes locais, onde destacou-se João Guerra, Oswaldo Barbosa, Piroca, Alvaro de Castro, Epaminondas Vieira, Nego Adalberto, não podia faltar Raimundo Martins da Costa. Um gênio, um mito, na história de Correntina. 

Órfão aos 8 anos de idade, o menino carregou por toda vida uma tristeza que por vezes aflorava em crises amenizadas pela sua eterna companheira, Laurina de Araújo Costa, filha do Major Felix Joaquim de Araújo, com quem se casara no ano de 1946.  O apelido Iôzinho foi-lhe dado pelos empregados do seu pai, um próspero comerciante, cujos empregados o reconheciam como “pequeno senhor”; ou seja “Iôzinho”; para os mais íntimos Iô.

 
Escreveu e produziu diversa peças teatrais, adaptando ainda romances da literatura brasileira para o teatro; adaptou diversas passagens bíblicas encenando-as nos palcos da região, o que fez dele, neste instante, um evangelista que a ele mesmo se converteu. Batizou-se na 1ª. Igreja Batista de Correntina, que não compreendendo o dons artisticos de seu membro, o proibiu de estar a frente das organizações dos eventos comemorativos da igreja católica e eventos sociais e bailes carnavelescos.

O genio estava entre a Cruz e a Espada, o que mais tarde veio ser uma de suas peças encenadas. Abraçar a causa da cruz ou anular o gênio. Iozinho optou pela espada em defesa dos dons lhe dado pelo próprio Criador. "Angustia de um Coração" foi uma peça teatral de autoria própria onde o autor, ator, derramou seu coração e fez a opção de não abrir mão do seus talentos. Todos seus eventos, bailes, quermeces, teatos, tinham como meta agariar fundos para obras sociais e religiosasm Iôzinho que nunca deixou de dedicar-se as causas sociais da Igreja Catolica, que nunca lhe negou apoio, se manteve fiel ao seu trabalho. Nunca me lembro de vê um tostão de tais eventos, servir para cobrir despesas em nossa casa. 


FAMILIA: Javan Carlos  - Diana - Weden di Sordi - LAURINA (esposa) Italo Ipojucan - Henrique Luis e Flamarion Antônio
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Como pai e esposo  foi exemplo de amor e dedicação. O difícil começo de todo casal,  teve indispensável apoio na exímia arte de costureira de Dona Lulu e o alfaiate Iozinho, com a assistencia próxima da mãezona Vó Aninha. Tiverem seis filhos, uma falecida ainda criança, de nome Lanusia, depois vieram Diana, Javan Carlos, Flamarion Antonio, Henrique Luis, Italo Ipojucan e Weden di Sordi.

                                             Casal recém casados: Raimundo e Laurina



Com o encerramento das atividades da Codevasf em Correntina, muitos dos servidores foram transferidos para Colônia do Formoso, próximo a Santa Maria da Vitória, onde ele foi morar no início dos anos 70. Aí se registra um novo período do artista com aquele povo hospitaleiro e sempre reconhecido a Iôzinho, que já era muito conhecido na cidade pela sua atuação teatral e esportiva; reabriu o Clube Teatro 2 de julho e iniciou ali uma escola de formação de novos talentos santamariense. Agora tinha no filho caçula Weden di Sordi o grande apoio, já que os mais velhos atores, Javan Carlos e Flamarion Antonio já haviam partirdo para capital do Goiás, para viverem suas próprias vidas.

Os santamarienses passaram a ter exclusividade nas ações do velho artista. O Teatro 2 de Julho retorna seus tempos auréos e velhos atores retonam aos palcos, como Wilson Barros, Pedro Mariano, contracenando com jovens atores Esmeralda Queiroz e muitos outros jovens talentos revelados a cada peça teatral apresentada ao público. 

Por mais que se fale de Raimundo Martins da Costa, o popular Iôzinho, ficaremos devendo, diante de sua genialidade, seu dom para organizar grandes eventos, de percepção em revelar talentos, no esporte e na cultura, suas mãos alquimistas. 

Iozinho foi um homem realizado em todas as suas crias, que de si, deram importante contribuição para a sociedade Correntinense e Santamariense.


 



Sua fama foi além do Vale do São Francisco, apresentando-se em Brasília e Goiânia, durante uma excursão do Educandário São José, por volta de 1968. A mais aplaudida peça teatral, em todos os tempos, foi a mega a adaptação do romance de Guimarães Rosa, A Escrava Isaura, em 1970. A maior  produção teatral, com um elenco nunca antes visto em uma peça tetras. Retratou a obra de Guimarães Rosa em quatro atos, tendo neste peça contado com oa poio de seu mestre Helvécio da Cruz Rocha e contado com o auxílio de  Amélia de Araújo Santos, popular Florzinha, Ena Rocha, Ir. Zélia Magalhães Brandão. Entre os atores principais estavam: Iozinho (no papel principal Leoncio Senhor do Engenho) Oswaldo Barbosa, (Vadú) João Guerra, Claudionor Rocha, Clarice Santos,(Malvina esposa de Leônicio)  Álvaro do Socorro, Cláudio Santos, Flamarion Antônio, Mirian Araújo,( A escrava Isaura) Helenilde Guerra, Javan Carlos, Raimundo Amaral e tantos outros.



Na arte das letras deixou uma pequens porção de seu talento para o filho   Flamarion, Gestor de RH, com graduação e pós-gradução em administração de pessoas. O  poeta, escritor, editor do Jornal de Correntina e três livros publicados. No teatro e na música, outra porção para o caçula Weden di Sordi, o  bio-médico e maestro do Coral de Senhoras de Correntina; um dos criadores do Baile do Havai; a eloquencia nos discursos, ficou para o centro avante Javan Carlos, formado em Direito, , na eloqüência deixou para Correntina, por herança o advogado Javan Carlos de Araújo Costa, na música mais uma porção deixada por herança o Engenheiro Henrique Luis de Araújo Costa, embora não tenha sido empresário, deixou por sua determinação empreendedora ao seu filho predileto, o nosso José do Égito,  Ítalo Ipojucan de Araújo Costa, sem as experiencias vividas pelo personagem bíblico. Italo passou pela política no Estado do Pará, onde exerce garnde influencia entre do governador aos prefeitos, sendo vice-prefeito de Marabá PA, Presidnete da Associação Comercial de Marabá , Presidente do Sebrae do Para. Italo tem honrado o nome da familia, passando pela política sem mancha e recusando seguir este triste ofício. Por fim, completando sua obra empreendedora, sua filha Diana Costa, aposentou-se em 2010 como Professora Estadual, com maior parte de seu tempo dedicado a Direção da Escola Duque de Caxias e da Escola Cooperativa Duque de Caxias. 

Com certeza a história de Correntina está escrita na mente de homens e mulheres que conheceram a genialidade deste artista correntinense, o alquimista que transformou tudo aquilo em que colocou as mãos. Como se não bastasse, IOZINHO fora um pai presente, bondoso, cujo coração facilmente se identificava, também, um coração de mãe.

Flamarion Costa
Enviado por Flamarion Costa em 15/06/2009
Reeditado em 08/01/2014
Código do texto: T1649589
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