Edson Duarte
Um dia sonhei batalhar a vida.
Um coração cavaleiro era o que motivava meu ser;
Pensava com músculos.
Sonhei ter alguém que cobrisse a retaguarda;
Uma relação de mutualidade e pluralidade;
Alguém que sentisse o que sinto, com a mesma intensidade, força e dedicação.
Sonho vão de adolescente;
Um ser assim não existe, ou quem sabe não entende o que desenho.
Um dia desafiei o destino, e ele gargalhou…
Um dia saltei de olhos fechados, e fui um pacote flácido no chão.
Um dia descobri que pra mim não era importante achar o que procurava;
O importante era achar quem procurasse comigo.
Em nenhum dia me senti tão só quanto hoje…
hoje o dia esta cinza, assim como meus olhos.
hoje vejo que tudo que um dia sonhei, sonhei em vão.
E eles dizem para que eu não pare de sonhar.
Apenas para continuarem a me vender uma imagem que esconde egoísmo e auto piedade.
Para que eles ainda possam vender sepulcros caiados.
Como o tempo passa mãe!
Meu quadro envelhece na parede enquanto eu fito a porta que sempre me esta fechada.
Como o tempo passa mãe! Há pouco morreu o sonho da guitarra elétrica e de talvez ter o mundo como uma ilha.
Minha vida é uma obra não realizável.
“Alguns homens nascem póstumos” [Nietzsche]