Uma Pequena Biografia de José Aureliano. da Cunha Sobrinho
Uma Pequena Biografia do meu Avô José Aureliano da
Cunha Sobrinho.
Conheci o meu avô José Aureliano da Cunha Sobrinho,
resideindo no Bairro popular e populoso de Casa Ama-
rela, na Av. Norte em frente a Praça do Trabalho. Um
local aprazível e livre das enchentes do rio Capibaribe.
Rio que corta a cidade do Recife por diversos bairros.
No entanto, vovô escolheu Caa Amarela por ficar longe das
terríveis enchentes. Sendo Recife, a Veneza Brasileira e por
àquela época, a terceira cidade do Brasil, era natural que
uma cidade com apenas 2 m acima do nível do mar e a
especulação imobiliária crescendo, era natural que muitas pes-
soas construissem suas casas próximas às margens do gran-
de rio, embora "perigoso",porém, muito ´poético! Pois bem, meu
avô literalmente, preferiu morar longe das tais inundações. Não
o conheci em morando na cidade pernambucana de Bom Jar -
dim. Pois, quando ele mudou-se com minha avó Josefa Epifânia
e meu tio Letício, este então tenente da Marinha do Brasil.
eu ainda não era nascida. Em Bom Jardim, ficando sabendo de-
pois de já pre-adolescente que ele era um homem de muitos
valores, sobretudo humilde,sábio, solidário e muito culto. Fora
tabelião, sócio do Clube Varonil, que ficava vizinho a sua re-
sidência, em frente a Capela de São Sebastião, o grande már-
tir do Cristianismo. Pois, bem com tantas virtudes e sabedoria,
sua casa era sempre repleta de amigos e conhecidos que pa-
ra lá iam conversar ou mesmo solicitar as certidões de Casa-
mento ou nascimento. José Aureliano ou simplesmente Fessor,
como minha avó Josefa Epifânia da Cunha, dona Vevinha o
chamava carinhosamente e outras pessoas também o chama-
vam também. Meu avô possuía uma linda caligrafia, manuscrito
como chamava-se na época. Além de professor era músico, par
ticipou da Banda 22 de Setembro. Por falar, em música Bom Jar-
dim é conhecida também como a "terra da música", tal a quan-
tidade de músicos famosos nascidos naquela bucólica cidade.
José Aureliano da Cunha Sobrinho, Sobrinho para muitos du-
rante muitos anos fora Correspondente do Jornal do Commercio,
lá mesmo em Bom Jardim. Também tomei conhecimento que fora
redator e secretário de um Jornal muito divulgado e bastante
lido e conhecido e até considerado polêmico por muitos. A Se-
mana, nunca tive acesso a nenhum exemplar. Meu avô fora con
temporâneo e amigo de infância do inesquecível e talentoso
músico de fama internacioal até Levino Ferreira, o famoso Mes-
tre Vivo. Também fora amigo de infância e primo do também poe
ta e escritor Américo Sedícias, pai do músico Dimas Sedícias,es
te mesmo que viveu por cerca de 14 anos na Europa, onde
encantou platéias. De volta ao Brasil, mais precisamente em Per -
nambuco participou do Conservatório de Música do Recife, locali-
zado na Av. João de Barros, no bairro da Boa Vista. Nunca falei
com o saudoso e talentoso mestre do frêvo Dimas Sedícias. A-
penas o vi uma vez, na Casa dos meus avós em Casa Amarela.
Américo Sedícias fora o primeiro telegrafista da cidade de Suru
bim, conforme tomei conhecimento. Quando conheci meu avô em
Recife, este já trabalhava na Redação do Jornal do Commer-
cio na Rua do Imperador Pedro II, centro da cidade do Recife. E-
le trabalhava como Copydesk,redator e revisor e outras ativida-
des. Eu era uma criança, portanto infelizmente não tive acesso
aos manuscritos e matérias do meu avô. Também fiquie saben-
do que ele utilizava pseudônimos, o mais conhecido era o de
J. Sobrinho. Não lembro dos nomes dos Jornalistas e advogados
que frequentavam a casa dele. Pois, era ainda uma criança. Lem
ro-me apenas de dois: Aldo Pacheco e Rômulo, este não lembro
o sobrenome. Apesar de criança e pré-adolescente, achava bo-
nito ver meu avô escrever até mesmo deitado na cama ou len-
do os Jornais em sua cadeira sob a Janela, com vista para
a Av. Norte, já naqueles anos 60 bastante movimentada e as-
faltada. Meu avô se dava bem com os irmãos e pais da minha
mãe Maria das Neves Silva da Cunha, dona Nevinha. Bem como
com seus pais: Severino Pires da Silva e Marcelina Pereira da Sil-
va. Quanto ao meu avô materno Severino Pires, era um fabricante
de lindos fogos de artifício da cidade paraibana de Umbuzeiro.
Este era amigo de Frei Fernando e do saudoso Frei Damião. Ele
era um fogueteiro ou melhor artista pirotécnico, que fazia fogos
também além de para o Convento da Penha, para as festas do
Morro da Conceição. Sobre a arte do meu avô paraibano,José
Aureliano da Cunha Sobrinho, o conhecido e respeitado jornalista
escreveu algumas crônicas enaltecendo as virtudes da arte piro-
técnica do Severino Pires. Lamento muito não ter conhecido as
matérias que meu avô escreveu. No entanto, hé alguns anos a-
trás quando estive em Bom Jardim, algumas pessoas ligadas a
Cultura, disseram-me que ele muito jovem fundara junto com al
guns amigos 11 periódicos. No conhecido A SEMANA, utilizava o
pseudônimo de Matuto da Serra. Aqui em Surubim, o sr. José Men
des um conhecido e aposentado comerciante da Praça Cel. Dí -
dimo Carneiro da Cunha, sr. José Mendes foi seu aluno, conforme
contou-me e disse-me ainda que estudava junto com meu saudo-
so e generoso pai Laéte Aureliano da Cunha. O sr. Mendes disse
que ainda lembra da bonita caligrafia do talentoso jornalista e
professor, que tanto batalhou pela cultura de Bom Jardim, pernam
bucana e braileira. Afirmou que ele foi uma exemplo de cidadão
e de Jornalista. Ele era pai de Letício Aureliano da Cunha, Laér-
cio Aureliano da Cunha e de Laéte Aureliano da Cunha. Faleceu
em 8 de Junho de 1969, em sua casa em Casa Amarela no Re-
cife-PE.
Giovana Clara da Cunha escreveu a biografia
do avô da escritora-jornalista Sandra Cunha.
Pernambuco- Brasil- 11 de Junho de 2008.