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Perfil

Seja lúdico e louco
Adentre no mundo real
Do poeta lírico, transcendental
Que viveu, sofreu, sofreu
E viveu, viveu
 
Não tenha medo
Deixe as amarras
Que te amarra
Na marra, na marra
 
Adentre na vida do poeta
Alienado, doido, apaixonado
Que viveu, viveu
Sofreu, sofreu
Mas nunca morreu


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Sozinho feito passarinho
No silêncio da fazenda
Fui crescendo e tecendo poema
Do boi valente, da vaca Moema
Do beija-flor, meu eterno poema
 
No tempo fui criando sonhos
Sonhos distantes da minha realidade
Criança pobre, distante da cidade,
Da cultura, no meio da crueldade
Dificilmente torna seus sonhos
Realidade
 
Esse era o refrão da canção
Imposta pela sociedade
Que queria ver-me pelas costa
Na minha mocidade
 
Não tive medo,
Lutei contra tudo com veracidade
Contra o refrão, contra a crueldade
Não perdi a minha felicidade
 
Sempre tive ao meu lado
Pais de verdade
Que me ensinaram viver
Com dignidade
 
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Trabalhando desde cedo
Na fazenda, na cidade
Rocei juquira, capinei pimental
Vendi fatias de queijos, leite
Com grande astral
Vendi limão, chope e pão
Pra ganhar cruzeiro, hoje real
 
Fui engraxate de sapato
No cabaré.
Tornei-me rei
Sem saber o que é
Amei mulheres que nunca terei
Arranjei amizades
Que homem de bem nunca fez
Com mulheres da vida
As putas da vez
 
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Na louca corrida da vida
Parei de estudar
Para acompanhar meus pais
Que na fazenda
Sempre estiveram a morar
Fazendas que me fizeram tomar
O gosto pelo estudo
Sem estudar
 
 
Foi uma longa jornada
Sem na escola pisar
Perto de Monteiro Lobato
No pó de pilim pimpim
Sempre a viajar
E junto de José de Alencar
De Ceci e Peri
Que me ensinaram amar
 
Foram anos que sempre vou guardar
E nas minhas lembranças vão estar
Sem eles não teria conhecido
Monteiro Lobato e José de Alencar
Nem conhecido o gosto de poetar