Não sou muito, nem ao menos nada, sou confuso, talvez, mas quem sabe seja apenas um pouco do que sonhei, ou quem sabe a esperança do que ainda não vivi, não importa se sou algo ou alguém, o ontem ou o amanhã, pois sou a dúvida que não quer calar, a palavra lançada ao vento, o canto da sereia, não sei, sou a alma que clama por perdão, sou a palavra perdida ao longo do tempo e esquecida ao vento, sou o medo da noite, a escuridão do coração que sofre calado, a raiva e a revolta de não sonhar ou acreditar no ser, sou a casca da ferida, sou a partida, a despedida, a virtude, a crítica, a angustia do andarilho que não sabe onde vai dar sua última jornada, o caos na destruição do amor, a dor, o cansaço e tudo que você, eu e os outros não podemos imaginar, o que forje da compreensão humana, sou o fim antes do começo, sou aquele que nem nasceu, mas existiu na vontade da pai, no amor da mãe que perdeu seu feto, antes mesmo de ser visto e mesmo assim o amava, sou assim, meio complicado, estranho e incompreensível, mas ao final, sou apenas mais um que aqui tenta deixar sua marca, sua plantação, seu fruto e o amor que a sociedade esqueceu!
Hilton Lira.