No escuro do meu quarto, eu me defino como a noite e sofro terríveis agonias,
Meus pensamentos se agitam, na certeza da incerteza de querer.
Diante de tantas dúvidas, tranco a porta do meu quarto.

Deparo-me com a insônia o que, mais temia, um silêncio constrangedor paira no meu quarto.
Fico sem ar, sem chão, repassando um breve filme, lembro de cada detalhe.
Das vezes em que nos encontramos, de cada olhar, cada gesto.
Muitos me acham cética no amor, mas tenho meus motivos.
E um deles é o medo de perder, sofrer por antecipação, esse crime não compensa.
O certo seria assumir, render-me na imensidão de você.
E confessar a todos que o coração ferido, outra vez procura abrigo.
Esquecendo de todos os ideais, e na certa seriam totalmente absolvidos.
Isso traz alento ao meu peito, pois em anos fui considerada como insofrido.
Sem direito a juízo, simplesmente condenado.
Agora, vou mergulhar fundo, sentir a brisa do prazer de amar,
Arrombando as trancas do coração, entregando sem medidas, todos os meus segredos.
Prometendo te desejar todos os dias de minha vida,
Inexplicavelmente não sei te negar, estou inundada de por esse sentimento.
Seria engraçado encontrar você, na mesma situação.
Se seu coração também estivesse apático, sem destino algum,
Caminhando na contra-mão, estando cego de ilusões.
Mesmo assim, tentaria outra vez, embarcar sem pudores, na direção do seu possível amor.
Munida de fantasias, enfrentaria todas as suas dores, na intenção de acolhê-lo.
Sem rodeios, roubaria seu beijo, aguardando ansiosamente, seu desejo de adormecer em meus braços, maquiando minha felicidade, por apenas aquela noite.
Amanhã tudo ocorrerá normalmente, você não terá cobranças,
Nem compromissos com os meus sonhos,
Há certas coisas que não precisam ser ditas, sabemos de sentir.
Senti isso em seu olhar, ao desejar-me, mas tenho paciência, é um mundo novo,
Quero é me envolver nesse mistério, parece louco, mesmo depois de tudo, ainda desejo aventuras.
Mesmo embarcando sozinha, nessa viagem sem destino, ou porto de chegada, seguirei firme minha rota.
E se no meio do caminho, acontecer um desencontro, certamente acharei minha antiga tristeza, pedirei gentilmente, que ela regresse ao meu mundo, então terei paz em conviver com mais esse abandono.
E essa solidão, consumista da minha alma, em breve fugirá, porque jamais desistirei de amar.
 

LarahLis