Não sei o que tanto me inquieta a alma
Essa excitação exacerbada
Esse “não sei o que” que aflige o âmago
Que aniquila o ser
Um arrebatamento indefinido
Que apunhala, angustia
Tange o coração e cobre de sombra o espírito
Essa inquietação...
Ahh essa inquietação
Quase dolorosa que insiste, impiedosa
É fogo querendo queimar
É aquilo que está por um fio
Explosão prestes a deflagrar
Preciso fazer e acontecer
Algo grandioso, um ato majestoso
Que seja proporcional e impetuoso
Algo inesquecível
Do tamanho do meu eu
Normalmente expandido
Dilatado e enaltecido
E agora comprometido
Completamente contaminado
De um nada descomunal
Que se difunde e se manifesta
Num vazio arrebatador
E paralisa minhas ações
Convertendo-me nesta ausência de mim mesma
Sim ... ausência total de mim mesma