A terra traz vida para as vidas que vivem pisando em sua carne, sua carne feita de pó. E neste, nossas mães, avós, filhas e filhos se misturam e no fim se tornam homogêneos.
Será que as histórias não estão debaixo de nossos pés? Não respeitei como devia a divindade da terra. Sinto muito por isso. Olhei tanto para cima, para o abstrato que esqueci enterradas minhas cartas de amor, que escondi para que fossem só minhas. Ingenuidade a minha. Passou-se tanto tempo.
A terra tomou para si meus sonhos. Meus abstratos postados num papel com letras, exclamações e corações que agora são barro. A terra têm sentimentos afinal. Mesmo que sejam sentimentos absorvidos de almas que transbordaram seu eu, num pedaço de folha qualquer, como um modo desesperado de tirar de si todos os próprios pesares.