Já não cai, apenas rola,
Rola e desce pela face já sentida de pancada
Das lembranças e sentimentos que,
De tão profundos,
Chegam a escapar do pensamento
E até do coração.
Ah! Porque não pára?
Pára e deixa que eu sinta...
Somente eu devo saber o porquê
Que tens que escorrer
Toda vez que eu fraquejar.
Mas, guardar-se para que?
Acaso levarei como sombras
Meu medo e minha vergonha?
E o que será feito, então,
De meus erros e meus acertos?
Lamento apenas que não me ouçam mais.
Que não saibam que eu,
Antes de vagar por caminhos além,
Deixei-lhes uma lembrança.
Um pingo, tão doce,
que ao tocarem
Viverão a minha memória.
(Ouça também o audio desse texto)