Porto da solidão.

E me senti tão sozinho, como uma embarcação,

Que lançou suas amarras, no porto da solidão.

Águas que não fazem ondas, rios que não correm pro mar,

Dias que não trazem desejos, dores que não se pode dar.

 

E me senti só, neste mundo! Olhando para o universo!

Todos caminham em frente... Eu, no sentido inverso...

Algo tenho a buscar... Sonhos que ficaram para trás!

Tempos que restaram perdidos e que não voltam jamais...

 

Às vezes a vida diz não e maltrata a ilusão,

Ferindo de morte o amor, que se tem no coração.

A insídia é uma espada afiada, que corta bem fundo no peito,

Que crava em nossa alma e viver depois, não tem jeito...

 

As flores da estrada murcham e dobram suas hastes ao chão,

As horas passam sombrias, os dias, sem emoção.

O amor é um passarinho e assim precisa voar,

Precisa cortar os céus, precisa sentir-se no ar.

 

Precisa da brisa no corpo, precisa o calor do dia,

Precisa da liberdade, precisa da alegria.

Não pode ser prisioneiro e nem suas asas cortar,

Não pode se sentir mudo, precisa sempre cantar...