Nenhuma palavra

 

A mão paira sobre a folha em branco.

Nenhuma palavra...

 

Meus pensamentos sobrevoam esse oceano de ilusões

Em que agora navego, como se fossem gaivotas,

Prontas para se alimentarem dessa fragilidade e desta incerteza.

 

Assim como é incerto o momento,

Assim como é incerto o futuro.

Assim como são incertas as lágrimas,

Assim como é incerta a solidão.

 

Lembranças de chegadas e partidas,

Abraços de despedidas e de reencontros

Lenços molhados por um adeus,

Olhos marejados por uma esperança.

 

Ah! Como o pensamento veleja nas águas da amargura,

Levado pelos vendavais da dor, rumo às ilhas dos desenganos.

 

Talvez, me reencontre no amanhã.

Talvez o sono profundo venha em meu socorro.

Talvez consiga encontrar nesta confusão de sentimentos

Alguma frase esquecida no tempo

E que me faça entender o porquê dessa ansiedade e o porquê dessa saudade...