ANTIDIÁRIOS DE JUNHO XI

Procuro um verso na noite azul e ametista.

Tento baixar aquela estrela na minha lista

e ouvir os lamentos de quem sozinha brilha

no meio do nada ou em algo que não exista

entre dois polos aleatórios que se atrevem

a roçar seus limites na sala cinza do cérebro.

Folheio vários livros. Abro e fecho os arquivos.

Corro o dedo no drive. Subo e desço e respiro

quase ofegante enquanto os miolos são fritos

nesta azia dos signos, no refluxo dos sentidos:

quando eu escrevo toda a temperatura aumenta...

A perna treme. A mão sua. E onde está o poema?