Faço desta manhã um bosquejo rude de palavras
e resfrio o hálito da calçada que está desocupada,
onde só as folhas se movem no entorno da fumaça
que sopro, depois de retida, no limite da baforada.
Abro o portão — respiro o vento arredio alavandado
e mexo no bolso a fim de sacar, do vazio, uma prata
de outra esperança, pois a anterior já foi consumida
e necessária — estou nos dias pelas golas da alegoria,
por insistir em ficar de pé fincado no trevo da esquina
e rodar a cabeça entre nãos, grunhir e voltar à escrita.
Sou feito de risos perseguidos e daquela ganja imaginária
— uma bagana que ressuscita, mesmo estando molhada.