Transita silencioso por entre as formações e as névoas
da madrugada o desfiladeiro sem dialeto de um verso
camuflado, invisível, etéreo, contralto e quase abolido,
repleto das pausas falsas que nem têm tempo definido,
nem de outroras ou de futuros; de segredos ou de gritos
oriundos do gás do poema que irrompe no desconhecido.
O poeta não decanta os parasitas que sobram escondidos
e que compõem o fumaceiro colorido e volátil deste signo.
O meio-dia do domingo avança nos cinzas da tarde aflitiva
disfarçada nesta calmaria floral do grilhão rarefeito do vírus,
onde há tropeços na pedraria feito o junho das horas vazias...
— E somente a ardósia do morro me diz agora o que é poesia.