Rebuscado é o sentimento que me consome
Que em minhas neuras reclama e chama
É a vertigem que engana minha fome
E que insiste ao sentir que ama
Que esta pequena e imensa dor
Se chama
Amor
Que dói e arde e inflama
E como são lentas as vorazes vozes
Que não se calam nem ao pé da cama
E em meus ouvidos gritam ferozes
Ao falar deste louco amor
Como fosse palavra morta e purulenta
Nesta noite escura e não partícula pura
É o ato que cria o fato e a pintura
Que as mãos divinas pintam desatentas
Rasgando meu coração
E lançando ao vento
As chamas desta louca emoção
Os descaminhos que encantam e como uma ilha
Que flutua em imenso mar e brilha
Na intensa imensidão
E como estrelas no universo
Que com versos
Traz a luz a escuridão
E transmutam criador em criatura
E a dor em alegria, a noite em dia
Amenizando o engasgar desta figura
Inconsequente ironia
Com um toque de magia, uma pitada de poesia
Ao falar de amor