Quando falo, um tanto me calo,
Pouco me faço, muito me desfaço.
Mas minha alma grita,
Por linhas escritas,
Por esquinas embaçadas,
Por frases abafadas
Daquilo que eu não quis falar.
Falar um pouco de tudo,
Um tanto de nada.
Um sussurro
Ao pé do ouvido
É um alarido
De ânsias caladas.
Quando falo vento,
Não me contento
Com o ar das palavras.
Quero o toque da brisa
Que desliza e suaviza
Um turbilhão de rancores.
Quando escuto o silêncio,
O ruído do tempo na surdez dos segundos,
Me atento ao barulho do instante,
Fugaz e flamante
Nas coisas do mundo.