É num silêncio de pedra
que se dissolve o poema.
Não porque sempre foi pedra
nem porque pedra foi tema...
Mas porque tudo que hoje é poema
um dia já foi uma pedra...
E só muito depois de fria
tornou-se lágrima e dilema.
Assim, poema, mágoa ou sangue
rio, oceano ou mangue...
tudo foi pedra bebida
que na sede do ser se desfez completa.
E para fluir em cada poeta
deságua o poema na morte e na vida.