Quando o dia deixa a vida
e a morte então desperta
a lua aprofunda o silencio
na noite fria e deserta
e tinge a rua de dourado.
Mas ainda existem sombras
em degrades distantes
muito pouco notados
e em apenas alguns instantes
o que é morte vira vida
e o profano o sagrado.
Não se sentam na calçada
os casais de enamorados
não distinguem o pecado
desenfreada emoção
a tatuagem do amor
infrenemente paixão.
Nada mais se tem, é verdade
nem a dor de se verem perdidos
com as mãos que seguram aflitos
pela pretensa falsa liberdade
serão duas almas em uma por toda
a eternidade.