pedras despencam dos céus
brancas bolas de bilhar
rolando espessas a brincar
enfurecem como as ondas do mar
olhos contemplam as nuvens de gelo
o medo se estampa em cor
vermelho azul verde e amarelo
na tez escancara o rubor
sinergia no ato a escrever poesia
com miseras tintas escuras
com a gravidade da mão
que apenas queria
externar nostalgia de uma chuva vazia
sem tempo
jorra a solidão das chuvas
jorra no asfalto negro escaldante
com pedras como fossem uvas
uvas sementes na chuva incessante
lavam as ruas do tempo
e molham as faces do tempo
de fomes
sem tempo
sem tempo para olhar
para uma palavra
sem tempo
lavam as ruas
sem tempo
sem tempo
para chorar
alexandre