Uma poesia sem rima
É casamento sem festa
É orquestra desafinada
Que o maestro detesta
É como peste epidêmica
Ligeiro se manifesta
É um palhaço sem graça
No meio de um picadeiro
É como uma flor murcha
Que não se sente o cheiro
É como garça depenada
No meio de um tabuleiro
Como noiva abandonada
Na porta de uma igreja
É como o mau casamento
Quem o faz nunca festeja
É como o mal ocorrido
Que a gente nunca deseja
É como um rio sem água
Olho d’água que secou
É como uma quimera
Que o vento veio e levou
Desapareceu ligeira
Nem a lembrança deixou
É como ave agoureira
Que a todos causa terror
Ente querido que parte
Deixando tristeza e dor
É como uma pessoa má
Que não conhece o amor
A poesia sem rima
É dor, é nostalgia,
É prosa mal humorada
Feita por grosseria
É uma má versação,
Não se chama poesia...