Vida Vadia
É assim, hipócrita e altaneira,
papel borrado de carbono...
Linda... Última e primeira,
uma ave bela e sorrateira,
que vaga, num mundo sem dono!
Ah! Estes olhos misteriosos,
janelas para tudo ver...
Suja na alma dos invejosos,
limpa nos amores desejosos,
irreparável, viver e morrer!
Ela espreita com escarninho,
com inveja, enluto e dor...
É sorriso nas asas da verdade,
paradoxo da estranha realidade,
sol de ódio e lua de amor!
Caixa de tantos segredos,
se abre na geografia do rosto...
É festa, carnaval, alegria,
compassa incerta cada dia,
e vice-versa, ternura e desgosto...!
Malgaxe