Eu bem sei que você se lembra
do que eu jamais esquecerei...
Numa bela época, plantamos
as sementes do amor e da esperança,
num canteiro, à beira-mar...
Na orla de uma praia grande,
lá na Ilha do Marajó,
hospedados numa cabana rústica,
espreitávamos a trilha dum igarapé...
Os galhos dos arvoredos,
inspirados pelas forças dos vendavais,
acenavam em direção ao horizonte,
no final de uma tarde inesquecível,
prenúncio de uma noite enluarada...
Aguardávamos, naquele momento,
a transição para um futuro iluminado,
que não tardou a chegar, em companhia
das estrelas e da lua cheia.
A brisa envolvente da praia
veio embalar a nossa rede,
atada na varanda da cabana,
trazendo uma sensação
sensual e cativante.
Cativados pelo clima propício,
plantamos a semente do sentimento
e regamos, com esperança,
o nosso canteiro fértil,
no aguardo das colheitas
de uns frutos inspiradores...
Naquela cabana, à beira mar,
havia um canteiro, onde os frutos
do nosso amor e da nossa esperança
foram colhidos e resguardados,
pelas poderosas mãos da natureza.
Eu bem sei que você se lembra
do que eu jamais esquecerei...
Do tempo antigo, sempre presente,
rumo ao futuro esperançoso,
seguimos, juntos, adiante
e nunca mais voltamos
àquela cabana da praia...
Pressinto que ainda voltaremos
por lá, numa noite de luar...
Paulo Marcelo Braga
Belém, 09/03/2007
(19 horas)