Sob Domínio do Coração
O coração está vivo,
o cérebro, preguiçoso.
Não é momento de pensar,
mas sentir.
Relaxamento,
uma liberdade de si.
E pensando-se possuir,
estará enganado,
pois estará a doar-se.
Dois fazendo-se um só,
um novo único a flutuar
por entre rarefeitas
nuvens do céu.
Sonharão com ilhas desertas,
o desejo de compartilhar
as próprias solidões.
Estarão no mundo,
mas desintegrados dele
para criar algo seu e particular.
A cidade não para,
mas eles riem,
divertem-se com
o seu movimento.
Descobrem sensualidade
no correr urbano, para depois,
como que deuses,
desprezarem-no
num minuto
de tempo eterno,
perdido na troca
de um olhar
onde se confessa
uma paixão.