Ave!
Os que vão morrer te saúdam
E te erguem as paredes
Da casa de luxo
Do teto que nunca terão.
Os que vão para o esquecimento
Sem nunca terem sido notados
Só sabem trabalho e migalhas de pão.
Os que vão morrer te saúdam
E limpam o chão onde passas
E lavam as roupas que vestes
E catam o lixo da porta
Que tua fartura arranjou.
Os que vão morrer te saúdam
E rezarão respeitosos
Na cova onde pousaras
E velarão os teus restos
Com o mesmo desdém
Com que os vistes também
Agora, e na hora de tua morte...
Amém.