Sonhos

Sonhos

Encontrei-te na noite, envolta no escuro,

Sem razões, perdida no sonho, perdida de tudo,

Em desconexos passos sem som,

Em quadros desbotados, sem vida,

Que se esvanecem quando sopro a minha mão,

E o fio condutor onde se faz a ficção,

É tudo, e não é nada, tudo parte em bolinhas de sabão!

Rapidamente o luar perde o encanto,

E meu corpo refugia-se rendido,

Escondido debaixo do meu manto,

Onde olho o inglório desenrolar do novelo,

Que me traz a dúvida e alarga o medo,

Do acordar perante a realidade,

E que o sonho mau, seja verdade!

O deserto que encontro no meu lençol,

Mostra-me o futuro, perante o implacável Sol,

Num trilho que o vento apagou,

E no penoso acordar, nada mudou!

Os destroços da batalha continuam na minha frente,

E à minha volta, tudo é poeira,

Que me sufoca e anula lentamente!

Nenúfar 30/1/2009