UMA HISTÓRIA EDUCATIVA

UMA HISTÓRIA EDUCATIVA

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“O poder consome a quem não o possui.”.

(Mario Puzo).

“Anos são dias, meses são instantes

para o crescer robusto dos impérios.”.

(Gonçalves de Magalhães).

“De repente, as coisas mudam de lugar

e quem perdeu pode ganhar...”.

(Paulo Ricardo).

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Um avô disse a seu neto:

“-Por favor, procure ser esperto.

Atue com o poder da bondade,

sem se deter numa vaidade...”.

E explicou: “-Se a humildade some,

quem não tem o poder se consome.

A finalidade que o poder traz

tem uma interinidade fugaz.

Eu quero lhe homenagear neste instante,

em que você assume um posto importante,

naquela empresa onde você trabalha...

Mas, lembre que a brabeza só atrapalha....

Vou lhe contra uma história.

E afirmo que ela é verdadeira.

Vou adotar a rima simplória,

para não lhe causar canseira.

Era uma vez uma mulher...

Diretora de uma instituição pública,

ela dizia: ‘-Faço o que quiser!’.

Era detentora de uma ação rústica.

Assim, a diretora foi agindo

de forma bastante injusta...

Por ser ruim, ela foi preferindo

adotar uma norma bruta.

Um dia, ela foi exonerada

do cargo que desfrutava...

A infeliz se sentiu desprezada,

ninguém para ela ligava...

Um funcionário efetivado,

que ela havia prejudicado,

encontrou-a por acaso

e não a tratou com descaso...

O funcionário a cumprimentou

e, espontaneamente, perguntou:

‘-Ficou triste após ser despedida?’

Com isso, a algoz se sentiu ofendida.

Encarando o funcionário

ela disse: ‘-Seu ordinário,

estás fazendo pouco de mim?

Tu achas que eu estou no fim?’.

Ele respondeu tranqüilamente:

‘-Procure agir humildemente

e tudo ficará bem para a senhora...

Saiba que a humildade revigora...’.

E continuou: ‘-Não estou ironizando.

Tão-somente, estou é estranhando,

já que eu vi em seu semblante

aquele mesmo jeitão petulante...

Não pense, por favor, minha senhora,

que tudo o que eu passei outrora

causou-me mágoa ou rancor...

Todo seu mal me fez um favor...

‘-Por quê?’, assim perguntou a exonerada...

‘-Entendi que um posto importante não é nada

(disse o funcionário bem no rosto da exaltada),

se qualquer desgosto é uma semente plantada...

‘-A senhora plantou a ação do mal

e colheu o esperado.

Faça uma reavaliação espiritual

e tudo lhe será perdoado...’.

Após dizer isso, o funcionário

se foi e escutou à distância

a voz da tola bradar: ‘ -Ordinário,

eu nem te dou importância!’.

Uma temporada passou...

O funcionário foi promovido.

A ex-diretora pensou

que ele tivesse falecido...

Quem faleceu foi ela,

pois adoeceu na querela

com o seu ego vaidoso,

cego, fariseu e ganancioso...”.

Ao ouvir a história do avô,

o neto, cismado, perguntou:

‘- O senhor acha que eu serei assim;

um ditador e/ou um fora da lei, enfim?’.

O avô respondeu: ‘-Ora, querido,

eu tenho a certeza que não...

Só o fato de você ter me ouvido

mostrou a sua boa intenção.’.

E concluiu: ‘-Procure ouvir

os seus subalternos, com atenção...

Tente semear o bom porvir,

com modos ternos e sem afetação.’.

O neto seguiu o aconselhamento

do avô e se tornou um respeitado dirigente.

Por certo, ele uniu o talento

à humildade e foi louvado merecidamente.

Moral da história: A VIDA É PASSAGEIRA!

Uma boçal oratória, atrevida e encrenqueira,

há de se afogar, de repente, num lago de antipatia,

por abusar, impunemente, de um cargo de chefia.

Paulo Marcelo Braga

Belém, 21/03/2006

(01 hora e 30 minutos).