*********************************
“O poder consome a quem não o possui.”.
(Mario Puzo).
“Anos são dias, meses são instantes
para o crescer robusto dos impérios.”.
(Gonçalves de Magalhães).
“De repente, as coisas mudam de lugar
e quem perdeu pode ganhar...”.
(Paulo Ricardo).
*********************************
Um avô disse a seu neto:
“-Por favor, procure ser esperto.
Atue com o poder da bondade,
sem se deter numa vaidade...”.
E explicou: “-Se a humildade some,
quem não tem o poder se consome.
A finalidade que o poder traz
tem uma interinidade fugaz.
Eu quero lhe homenagear neste instante,
em que você assume um posto importante,
naquela empresa onde você trabalha...
Mas, lembre que a brabeza só atrapalha....
Vou lhe contra uma história.
E afirmo que ela é verdadeira.
Vou adotar a rima simplória,
para não lhe causar canseira.
Era uma vez uma mulher...
Diretora de uma instituição pública,
ela dizia: ‘-Faço o que quiser!’.
Era detentora de uma ação rústica.
Assim, a diretora foi agindo
de forma bastante injusta...
Por ser ruim, ela foi preferindo
adotar uma norma bruta.
Um dia, ela foi exonerada
do cargo que desfrutava...
A infeliz se sentiu desprezada,
ninguém para ela ligava...
Um funcionário efetivado,
que ela havia prejudicado,
encontrou-a por acaso
e não a tratou com descaso...
O funcionário a cumprimentou
e, espontaneamente, perguntou:
‘-Ficou triste após ser despedida?’
Com isso, a algoz se sentiu ofendida.
Encarando o funcionário
ela disse: ‘-Seu ordinário,
estás fazendo pouco de mim?
Tu achas que eu estou no fim?’.
Ele respondeu tranqüilamente:
‘-Procure agir humildemente
e tudo ficará bem para a senhora...
Saiba que a humildade revigora...’.
E continuou: ‘-Não estou ironizando.
Tão-somente, estou é estranhando,
já que eu vi em seu semblante
aquele mesmo jeitão petulante...
Não pense, por favor, minha senhora,
que tudo o que eu passei outrora
causou-me mágoa ou rancor...
Todo seu mal me fez um favor...
‘-Por quê?’, assim perguntou a exonerada...
‘-Entendi que um posto importante não é nada
(disse o funcionário bem no rosto da exaltada),
se qualquer desgosto é uma semente plantada...
‘-A senhora plantou a ação do mal
e colheu o esperado.
Faça uma reavaliação espiritual
e tudo lhe será perdoado...’.
Após dizer isso, o funcionário
se foi e escutou à distância
a voz da tola bradar: ‘ -Ordinário,
eu nem te dou importância!’.
Uma temporada passou...
O funcionário foi promovido.
A ex-diretora pensou
que ele tivesse falecido...
Quem faleceu foi ela,
pois adoeceu na querela
com o seu ego vaidoso,
cego, fariseu e ganancioso...”.
Ao ouvir a história do avô,
o neto, cismado, perguntou:
‘- O senhor acha que eu serei assim;
um ditador e/ou um fora da lei, enfim?’.
O avô respondeu: ‘-Ora, querido,
eu tenho a certeza que não...
Só o fato de você ter me ouvido
mostrou a sua boa intenção.’.
E concluiu: ‘-Procure ouvir
os seus subalternos, com atenção...
Tente semear o bom porvir,
com modos ternos e sem afetação.’.
O neto seguiu o aconselhamento
do avô e se tornou um respeitado dirigente.
Por certo, ele uniu o talento
à humildade e foi louvado merecidamente.
Moral da história: A VIDA É PASSAGEIRA!
Uma boçal oratória, atrevida e encrenqueira,
há de se afogar, de repente, num lago de antipatia,
por abusar, impunemente, de um cargo de chefia.
Paulo Marcelo Braga
Belém, 21/03/2006
(01 hora e 30 minutos).