A Duna Encantada
Longos sonhos trouxeram-me a imagem do Paraíso,
Do cimo da Duna Encantada,
Sentado no topo, olho um areal a perder de liso,
Abraçado no teu peito, fico na Lua,
Com o coração calmo e o respirar num ar rarefeito,
Descanso da batalha, como se fosses meu leito.
Redimi aqui a minha sorte, esse flagelo do acaso,
Do tirano, que abrandou meu passo.
Na ponta das setas do teu Cupido,
Vão teus beijos e teu escrito num pedido,
Que rasga o ar na minha mira,
E em seu voo vai dando alento e sentido à vida.
Do que sobrou da subida da minha Duna,
São cacos, trapos, e velhos artefactos,
Que se queimam com o tempo,
Ergo meu olhar para vislumbrar o futuro,
E vejo tua sombra, teu ombro e um porto seguro,.
Já entregaste teu sorriso em meus braços,
Ofereceste-me teu batom e teu regaço,
E teus dedos que chegas à minha boca,
Ou tuas rosas que espalhas em meu caminho
Sentada ao meu lado no cimo da Duna,
Segredas-me ao ouvido,
Gosto de ti, menino !
Nenúfar 18/11/2008