O TROVADOR E A DAMA

Encontrado foi no peito,

Do trovador, deitado ao leito,

Em meio às manchas de vida,

E uma cítola partida:

“A quem possa interessar,

Ou do caso, de acaso encontrar,

Tenha já, sem razão,

Em suas mãos toda a verdade,

Desvelar mudo verso da mão covarde,

Que de tanto amor e sofrimento

Encontrou um fim para o tormento.

Se a bela Dama, d’alta corte,

Não compreendera o porquê de uma ilusão

Nem tivera ao alcance, a compaixão,

Não viria pois, da pena, mal da vida,

Carne nova a preencher essa ferida”.

Apertando as mãos em dor,

Ao seu lado chorava a Dama.

Na lágrima alcançava o louvor

Do remorso de quem ama.

(Ouça também o audio desse texto)