Divagar sobre a Vida
Perante as palavras inflectidas sobre um eu que não existe,
Ou no reflexo de uma imagem descolorida que persiste,
Mergulho no resto do inglório dia,
E lavo o meu rosto na velha poção da alquimia,
Esse amargo sabor a sal que me denuncia,
E me poem a divagar sobre meu mundo, e minha vida!
Essa face do poeta incompreendido,
Que resgata a alma no meio das palavras,
Que mostra o coração e os riscos da sua mão,
À procura só de um olhar terno,ou de um dia calmo,
Onde a noite venha cedo,
E me leve nos seus sonhos e amacie o sabor azedo!
No assédio da loucura perante os factos,
Fica uma história sem argumentos,
Fica o declinar da mente desgastada com os momentos,
Frios e pródigos no acaso inesperado,
O resto de um poema que me deixa mal humorado,
O fio condutor que me leva ao exílio no meu lençol,
O apagar do dia , o desfalecer do meu Sol!
Nenúfar 27/3/2008